Diferente das eleições municipais, em que a população elegia o seu representante em cada localidade, os candidatos do pleito atual dependem da votação popular em todo o Estado para se eleger.
Para tanto, é preciso fortalecer a sua equipe, o que traz benefícios para alguns setores do comércio. O de locação de veículos e hoteleiro, por exemplo, aponta um aumento na demanda até outubro.
De acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) em Roraima, o aumento na procura por aluguel de automóveis sobe cerca de 30% neste período, seja diário ou mensal.
Para atender o volume de clientes, normalmente, as empresas se preparam e adquirem novos automóveis antes do início da campanha, especialmente, os veículos populares e de baixo consumo, aliado com as caminhonetes que podem levar materiais na carroceria. Mas, mesmo assim, a informação atual é que as empresas não têm conseguido atender a demanda dos candidatos, que aumentou significativamente nesta eleição.
Conforme o diretor regional da ABLA em Roraima, Célio Fonseca, o aumento se dá por conta da redução do tempo de campanha, de 90 para 45 dias, o que faz com o que o trabalho de divulgação de candidatura seja mais incisivo.
“O grande diferencial é que a campanha é mais compacta e o impacto é mais intenso. Fica difícil de atender toda a demanda. Não é possível que o setor tenha um volume de frota disponível para um prazo tão curto. A maioria das locadoras está com poucos veículos no pátio”, explicou Fonseca. “Algumas estão com mais da metade da frota disponível para partidos ou candidatos individuais”, completou.
Risco de acidentes de trânsito impede maior crescimento no setor
Embora o período seja lucrativo para as empresas de locação de veículos, existem muitas delas que preferem não trabalhar durante a campanha e privilegiar somente os outros clientes. O motivo: o alto risco de prejuízo com automóveis danificados por acidentes de trânsito.
Isso se dá por conta da intensidade e volume de trabalho, explica Fonseca, já que muitos motoristas são contratados para trabalhar com um candidato e precisam percorrer vários quilômetros em um só dia, para cumprir a agenda de compromissos. Com o desgaste e cansaço do profissional, diminuem-se os reflexos no trânsito e assim aumenta a chance de que o condutor durma ao volante ou erre uma curva na estrada, podendo resultar em danos materiais ao veículo locado.
Outro problema é o calote, com a falta de pagamento dos aluguéis dos veículos, além de outras dívidas como multas recebidas pelo condutor que só aparecem meses depois.
“Acontece que muitos candidatos não conseguem recursos suficientes para campanha e depois têm dificuldade para sanar seus compromissos”, frisou o diretor regional.
NOS HOTÉIS – Período longo de estadia garante lucro
Já no setor hoteleiro o crescimento também aparece, desta vez, para atender aqueles profissionais que não moram em Roraima, mas que vem ao Estado para atuar nas campanhas dos candidatos. Em um hotel localizado na Avenida Glaycon de Paiva, por exemplo, a avaliação é que a demanda aumenta no período, mas o perfil da clientela é diferenciado
Por exemplo, o número de pessoas de outros estados que se hospedam em razão da campanha é baixo, mas o período de estadia do cliente é mais prolongado. No final das contas, o lucro é retirado não pela quantidade de pessoas, mas pelo tempo em que elas permanecem no hotel. “Temos pessoas hospedadas há mais de um mês e sem previsão de saída”, informou o recepcionista.
Em outro estabelecimento hoteleiro no Centro da cidade, foi observado até uma queda no setor nestas eleições, acredita-se que devido ao menor tempo de campanha.
“Normalmente nós recebemos pessoas de outros estados, mas este ano, o movimento está normal, não teve muito impacto. Tivemos somente uma cliente que ficou por um período mais prolongado”, explicou a recepcionista. (P.C.)