Mulheres representam maioria do eleitorado e devem decidir o pleito

As mulheres serão decisivas nas eleições deste ano. A prova disso é que elas já representam 51,2% do eleitorado em Roraima, um total de 169.824 pessoas. Os homens correspondem a 48,8% (161.665 eleitores).

No Brasil, o número de eleitoras também cresceu, somando nada menos que 77.076.395 votantes, ou 52% do eleitorado. Muitas delas ainda não escolheram seus candidatos, mas possuem critérios que definem em quem irão votar na hora que estiverem em frente à urna.

Algumas delas prezam por candidatos de conduta exemplar, ficha-limpa. Outras preferem optar pela renovação e irão apoiar candidatos que nunca se elegeram. Conheça alguns dos métodos que mulheres usam para a escolha do voto:

Débora Almeida, advogada, 43 anos – A advogada Débora Almeida, de 43 anos, ainda não decidiu em quem irá votar nessas eleições, porém algumas propostas já chamaram a sua atenção. Dar oportunidade para candidatos que nunca se elegeram é um critério que ela deverá adotar este ano.

“Estou pesquisando candidatos que, além de apresentar propostas dedicadas a melhorias da saúde, educação e segurança, também tenham projetos voltados para a causa animal. Eu busco por um candidato que tenha a honestidade como base. Apesar disso, ando desacreditada com a nossa classe política, pois muitos serão reeleitos e provavelmente tudo continuará igual”, disse.

Emília Mubarac, servidora pública, 33 anos – A servidora pública Emília Mubarac também não fez suas escolhas, mas já sabe quais os critérios que vai utilizar para definir sua decisão. O principal deles é analisar o histórico de cargos políticos ocupados pelos candidatos. “Após fazer essa pesquisa, analiso afinidades de pensamentos e princípios, aliando às propostas apresentadas”, relatou.

Ela disse ainda procurar por candidatos que apresentam propostas de seguranças e reforma tributária. “Em geral, para a presidência, reforma tributária urgente, com taxação de grandes fortunas, principalmente. No contexto estadual, controle e administração da migração desordenada. Na segurança, propostas acerca da melhoria do sistema prisional. Infelizmente, tenho poucas expectativas para essa eleição, em razão dos péssimos candidatos disputando o pleito. Na minha opinião, uma parte é despreparada e outros lutam em favor de poucos”, complementou.

Ananda Deva Noronha, dentista, 30 anos – A dentista Ananda Deva ainda não definiu seu voto. Ela irá definir seus candidatos através da capacidade de cada um em elaborar propostas. “Existem muitas propostas absurdas, com uma chance mínima de se tornarem projetos reais e serem aprovados. Na minha opinião, nossos representantes devem buscar soluções que visem eliminar a corrupção e os privilégios”, reforçou.

Para ela, a prioridade dos candidatos deve ser a aplicação efetiva dos recursos, para que eles venham a transformar ideias em realidade, beneficiando as pessoas que mais necessitam. “A minha expectativa é de mudança, de um Brasil melhor para todos. Nós temos um país rico, mas que vive em um caos nos mais variados segmentos”, comentou.

Karoline Schwab, funcionária pública, 37 anos – A estratégia de voto da eleitora Karoline Schwab é escolher candidatos com a ficha limpa. “Nesse ano vou apostar na renovação. Não votarei em nenhum candidato que já foi eleito anteriormente e que tenha se envolvido em algum ato de corrupção”, reforçou.

A funcionária contou ainda que busca candidatos que ofereçam boas propostas, tanto para aqueles que irão governar o Estado, quanto para o próximo presidente do país. As pautas, segundo ela, devem ser voltadas para o controle da criminalidade, redução da carga tributária, controle de imigrantes no país e investimentos nos setores de saúde e educação.

“É necessário um controle urgente de entrada de imigrantes, reaparelhamento e abastecimento de hospitais, os quais se encontram em situação calamitosa, muitas vezes sem material básico para atendimento. Além disso, eles precisam dar uma atenção maior para a educação e a segurança, pois hoje vivemos tempos difíceis. Não podemos mais sentar em frente de casa para conversar, porque corremos o risco de sermos assaltados. Hoje os bandidos vivem soltos e a população bem presa dentro de suas casas”, pontuou.

Karoll Gomes, auxiliar em Saúde Bucal, 23 anos – Saúde pública é prioridade para Karoll Gomes. A auxiliar em saúde bucal disse que ainda não escolheu todos os seus candidatos, mas que já pesquisou alguns nomes para o senado. “Devo votar em alguém que tenha propostas que serão trazidas para o meu dia a dia, eu enquanto mulher, jovem e negra. Por isso, acho que meus votos serão totalmente feministas. Existe uma série de problemas no nosso Estado e o pior deles é a falta de amor ao próximo. O descaso com a saúde pública nada mais é do que isso. Então, esse deveria ser o primeiro passo para uma reestruturação de Roraima, sem falar nos problemas com a educação”, argumentou.

Jennifer Monara, modelo plus size, 30 anos – Priorizar educação, saúde, segurança e economia devem ser os pilares nas propostas dos candidatos para a modelo plus size Jennifer Monara. “Organização para que os quatro pilares básicos sejam executados, sempre um ajudando o outro. Afinal de contas, um Estado e um país não funcionam se não tiverem uma saúde básica completa e ativa, uma educação de qualidade nas escolas para todos os jovens, uma segurança bem estruturada e que trabalhe nas ruas todos os dias, protegendo principalmente fronteiras, e uma economia em prol das pessoas, e não contra elas”, relatou.

Eli Macuxi, professora universitária, 45 anos – Os candidatos da professora universitária Eli Macuxi já estão definidos. Para ela, a gestão pública deveria ser mais eficiente para atender às necessidades da população. “Meu critério de escolha foi definir candidatos que me representam. Escolhi candidatos mais liberais do ponto de vista comportamental e assistencialista. Vivemos um momento muito delicado na política nacional, há um avanço do conservadorismo político e social, então busquei por candidatos que tivessem propostas mais progressistas. Eu gostaria que tivéssemos um Estado que interviesse mais na economia, no sentido de proteger o poder de compra dos trabalhadores”, ressaltou.

Clarissa Vencato, advogada e professora universitária, 31 anos – A advogada Clarissa Vencato riscou de sua lista de candidatos os políticos envolvidos com escândalos de corrupção. Na hora da escolha, ela irá procurar por novos nomes em busca de renovação.

“Minha prioridade é buscar por representantes da pauta feminina e dos direitos humanos, que acredito que são direitos que estão em crise, porque existem muito candidatos fundamentalistas que nesse momento de crise ética e política têm ganhado muito apoio com discursos imediatistas e vazios, que nada solucionam e muitas vezes são discursos que violam os direitos humanos. As prioridades devem ser segurança pública e educação, e não me refiro apenas à estrutural, mas educação como um todo. As pessoas estão saindo das universidades e das escolas sem valorizar os direitos das minorias”, relatou

Ítala Raíssa, estudante universitária, 22 anos – A estudante Ítala Raíssa disse que ainda está analisando as propostas dos candidatos. Assim como grande parte das entrevistadas, ela não acredita em grandes mudanças no cenário político atual. “São muitas promessas que os candidatos acabam não cumprindo e as pessoas estão acostumadas a isso. Infelizmente, isso ocorre. Acredito que a atual crise migratória que Roraima enfrenta deveria ser uma das pautas principais dos próximos governos, tanto estadual, quanto federal. Eles deveriam priorizar a segurança pública, a saúde e a educação, que são os pilares essenciais para uma boa nação”, ressaltou.

Catarina Ribeiro, servidora pública aposentada, 57 anos – A servidora aposentada Catarina Ribeiro já escolheu em quem irá votar nos cargos de presidente, deputado estadual e federal nas eleições desse ano. Ela está indecisa apenas para Senado e Governo. O diálogo e políticas públicas para setores excluídos historicamente foram essenciais na hora de sua escolha. “Procuro por candidatos que possam retomar o crescimento do país, com inclusão social e com propostas que respeitem a diversidade cultural do Brasil”, finalizou.