Número de viagens intermunicipais aumenta 40% no período de campanha

As empresas de transporte aos municípios disseram perceber um aumento na procura e antecipação das viagens, também em razão do feriado de sexta-feira, 5

Para continuar mantendo vínculos com o município, ainda existe uma parte da população que prefere votar no interior do Estado, mesmo vivendo há anos na Capital. Por conta disso, acontece um aumento de aproximadamente 40% na procura por passagens no período eleitoral, sendo necessária uma adequação das empresas de transporte intermunicipal para suprir a demanda. 

Segundo a Cooperativa dos Taxistas e de Transporte Alternativo (Cootap), que atua no Terminal do Caimbé, a procura por passagens aumenta, mas ainda é tímida em comparação com outros períodos como feriados ou datas festivas. “Normalmente, aumenta sim. Principalmente para Pacaraima”, informou um motorista. “Mas tem muita gente que tem o seu veículo próprio e que já costuma fazer esse trajeto de ida e volta, então, eles acabam preferindo ir de carro mesmo”, acrescentou. 

Outra mudança vista neste período foi a antecipação das viagens. “Agora, com o feriado de 5 de outubro no fim da semana, muitas pessoas também procuraram adiantar a ida para aproveitar um tempo maior no município”, completou o funcionário da Cootap. 

De acordo com o empresário do ramo do transporte rodoviário, Remídio Monai, é necessário inclusive ofertar novos ônibus para atender a demanda da população, mas não há diferenciação de preços no período. “Tem muita gente que tem que viajar pa- ra participar das eleições. As pessoas que se mudam para o interior ou que saem do município até a Capital. Então, há o movimento sim, uma quantidade de ônibus extra inclusive tem que ser ofertado. A procura é grande, cerca de 40%”, informou.


DOMICÍLIO ELEITORAL X DOMICÍLIO CIVIL

A votação em município onde a pessoa não reside pode parecer estranha no início, mas é compreendida pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O entendimento da Justiça é que o domicílio eleitoral é bem diferente do domicílio civil. 

Para o TSE, o eleitoral é o domicílio onde o eleitor mora ou onde o interessado tem vínculos políticos, sociais, familiares, patrimoniais ou negócios. Ou seja, a população não precisa necessariamente residir no município para escolher um representante de lá, mas necessita comprovar que possui algum vínculo para demonstrar que compreende a realidade daquele local. 

A distinção do domicílio eleitoral ao civil se dá também por conta da quantidade de cidades no país, onde há casos de pessoas que estudam em um município, mas moram em outro. Normalmente, esses locais são tão próximos que a viagem de um para outro é em menos de uma hora, similar ao transporte de um bairro para outro em Boa Vista. 

Já no Código Civil a compreensão é que o domicílio é o local em que a pessoa se estabelece com ânimo definitivo, admitindo até mesmo a possibilidade de múltiplos domicílios, caso a pessoa tenha mais de uma residência e alterne a moradia. (P.C.)