A menos de uma semana para a eleição 2018, a Polícia Federal deflagrou na manhã de ontem, 1º, uma operação que desarticulou um esquema de compra de voto em Roraima. A Operação Cheque Benefício acabou com o plano de um grupo político que trocava concessão de benefícios previdenciários por votos.
Ao todo, foram cumpridos cinco mandados em Boa Vista e Rorainópolis, sendo quatro deles de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva contra a esposa de um candidato ao pleito. Os pedidos foram expedidos pela 8ª Zona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), que fica localizada no sul do estado, após representação em Inquérito Policial. Os nomes do preso e dos outros envolvidos na operação não foram divulgados pela Polícia Federal, mas de acordo com a PF, as investigações apontam para a atuação de associação criminosa que facilitava a concessão fraudulenta de benefícios previdenciários em troca de votos para um candidato a deputado estadual nas Eleições deste ano.
O candidato já foi indiciado pela PF por cometimento de crimes eleitorais no pleito de 2014 e inclusive responde processos no Tribunal Regional Eleitoral. “Conforme levantado pela Polícia Federal, os principais atingidos pelo grupo eram pessoas idosas, que recebiam laudos falsos de um médico envolvido no esquema”, destacou o órgão.
A PF estima que as fraudes, caso não fossem descobertas, resultariam em prejuízos para a Previdência superior a casa dos R$ 650 mil. As investigações contaram ainda com o apoio do Ministério Público Eleitoral e da Força-Tarefa Previdenciária.
COMO FUNCIONAVA – Segundo apurou a Folha, um médico que estaria envolvido no esquema ajudava o candidato na troca de medicamentos e benefícios com eleitores. A Polícia Federal encontrou santinhos do candidato e medicamentos na casa do médico suspeito de participação no esquema. A suspeita é que estaria fazendo uso de atendimentos e da doação de medicamentos em troca de votos para o candidato.
Na casa do candidato também foram encontradas fichas de processos de aposentadoria e de outros benefícios de várias pessoas que seriam alvo do esquema. Também foram encontrados laudos médicos, documentos pessoais e pedidos de benefícios de centenas de pessoas.
CHEQUE BENEFÍCIO – O nome da operação dessa segunda-feira remonta à fraude investigada, comum nesta época, de ludibriar eleitores prometendo a facilitação ou mesmo a efetiva concessão de benefícios previdenciários em troca do voto, enganando e lesando milhares de pessoas.
A partir de hoje, eleitores só podem ser presos em casos especiais
A partir de hoje, 2, eleitores não poderão mais ser presos, exceto em casos de flagrante delito, sentença criminal condenatória por crime inafiançável e desrespeito a salvo-conduto. O Código Eleitoral veda prisões desde cinco dias antes e até 48 horas depois do encerramento da eleição.
O artigo 236 do Código Eleitoral diz que “nenhuma autoridade poderá, desde cinco dias antes e até 48 horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto”.
Se houver segundo turno, previsto para o dia 28 de outubro, a nova proibição de prisão para eleitores se inicia no dia 23 de outubro e se encerra às 17 horas do dia 30 de outubro.
Ainda conforme a lei, membros das mesas e fiscais de partido não poderão ser detidos ou presos durante o exercício de suas funções, salvo em flagrante delito. Os candidatos a cargos políticos não podem ser presos desde o último dia 22 de setembro – 15 dias antes da eleição.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, a regra sobre prisões tem como objetivo a garantia do exercício do direito do voto pelo maior número possível de pessoas “sem ameaças ou pressões indevidas”. O intuito da medida seria, ainda, garantir o equilíbrio da disputa eleitoral, prevenindo
que prisões sejam utilizadas como manobra para prejudicar um candidato