LEO DAUBERMANN
Editoria de Política
Em entrevista ao Programa Agenda da Semana desse domingo, 16, a governadora Suely Campos (PP), candidata à reeleição pelo governo de Roraima, disse estar preparada para novo mandato, alega ter recebido o estado com uma dívida gigantesca contraída pelo governo anterior e ter governado numa época em que o país vive a pior crise. “Fiz mais, em menos tempo, e com menos recurso”, diz.
A governadora anunciou também um encontro, já para a próxima semana, com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Na pauta, dois dos maiores problemas enfrentados por Roraima, a crise migratória e a questão energética do estado.
“Estamos monitorando a questão migratória desde 2016, tentando minimizar o impacto social que o fluxo migratório tem causado. Os setores de segurança pública e saúde são os que mais nos preocupa. O governo federal só nos repassou um pouco mais de R$ 1,3 milhão, em contrapartida, foram repassados R$ 190 milhões para o Exército, para a Força-Tarefa montada no Estado. Precisamos dividir este problema com o governo venezuelano”, explica Suely.
Com relação à questão energética, Suely destacou que esteve em Brasília, na última terça-feira, 11, reunida com o ministro das Minas e Energia, Moreira Franco, para discutir o assunto que tem trazido dores de cabeça para o roraimense, a constante falta de energia elétrica e o receio de que o presidente venezuelano mande cortar o fornecimento.
“Houve divulgação na mídia e nas redes sociais de que haveria um possível corte na energia vindo do Linhão de Guri, na Venezuela. Isso nos preocupa, já que a Venezuela está com as contas bloqueadas para negociações internacionais, e há três meses não recebe pelo pagamento da energia repassada para Roraima. A nossa intenção é resolver este impasse”, fala.
Outro ponto debatido com o ministro foi a falta de manutenção do Linhão de Guri. “O maior problema de Guri é justamente a questão da manutenção elétrica. Em determinados lugares as torres estão tomadas pelo mato, sem nenhum cuidado e o ministro foi bem receptivo no sentido da Eletrobras fazer essa manutenção. No encontro com Maduro, serão colocados esses pontos, o presidente já sinalizou que vai me receber”, explica.
Durante a entrevista, Suely também falou sobre as propostas de governo e o que pretende implementar caso seja reeleita.
SAÚDE – Todas as unidades de saúde pública do estado estão sendo reformadas e serão entregues à população. A intenção é ampliar o atendimento de média e alta complexidade. A governadora pretende normalizar o fornecimento de medicamentos nas unidades de saúde, principalmente no Hospital Geral de Roraima (HGR). Pretende viabilizar a vinda das OSS (Organizações Sociais de Saúde) que administrariam as unidades de saúde, seguindo os moldes de hospitais públicos em outros estados, que tiveram sucesso com essas gestões.
EDUCAÇÃO – Continuar revitalizando as escolas públicas, já que muitas ainda encontram-se em péssimas condições, reflexo do governo anterior que não reformou nenhuma escola. Ampliação e construção de escolas nas comunidades indígenas.
Continuar investindo no ensino/ aprendizagem, ampliando o número de escolas militarizadas, adquirindo os uniformes que serão doados para as famílias comprovadamente de baixa renda. A continuação do enquadramento dos professores da rede pública também está dentro das propostas de Suely Campos.
SEGURANÇA PÚBLICA – Projeto de criação de uma sala de vídeomonitoramento para a capital, Boa Vista. Serão instaladas câmeras em diversos pontos da cidade, prédios públicos, ruas. O sistema pretende auxiliar na resolução de crimes, já que as câmeras terão monitoramento 24 horas. Pretende entregar o presídio de segurança máxima, cuja estrutura já foi iniciada nesse mandato.
A verba que será utilizada é a do Fundo Penitenciário, R$ 55 milhões, divididas em quatro contas no Banco do Brasil. O valor ainda será empregado na construção de algumas alas da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), além do anexo da Cadeia Pública, sessenta vagas para a Cadeia Feminina e a continuação da obra da cadeia de Rorainópolis.
REFORMA ADMINISTRATIVA – Pretende redimensionar a máquina administrativa, verificar quais secretarias ou órgãos podem ser extintos, para reduzir os gastos públicos. Pretende também reduzir o repasse para os Poderes.
“Temos uma ação judicial no Supremo Tribunal Federal e estamos aguardando a decisão. O estado não tem condições de praticar esses aumentos que os Poderes querem, ano após ano”, ressalta Suely Campos.