Candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) se meteu em uma polêmica após fazer críticas ao pagamento de 13º salário e ao adicional de férias ao trabalhador brasileiro.
Convidado de honra de um evento da Câmara de Dirigentes Logísticos (CDL) de Uruguaiana (RS), ele prometeu a realização de uma reforma tributária e trabalhista em eventual governo Bolsonaro.
Ao falar sobre a reforma trabalhista, por exemplo, Mourão classificou como “Jabuticabadas” os direitos trabalhistas que acabam onerando os patrões, citando o pagamento de 13º salário, que é assegurado desde 1943 pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
“Temos algumas jabuticabadas que a gente sabe que é uma mochila nas costas de todo empresário. Jabuticabadas brasileiras: 13º salário. Se a gente arrecada 12, como é que pagamos 13?”, disse.
A declaração feita pelo general não agradou nenhum pouco o deputado Jair Bolsonaro, que está ausente dos compromissos públicos de campanha desde o atentado que sofreu no início deste mês.
Por meio de seu perfil no Twitter, ele criticou as palavras do vice. “O 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa à quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”, escreveu.
Outro que também fez críticas ao pronunciamento de Mourão foi o ex-governador de São Paulo e adversário de Bolsonaro na corrida presidencial Geraldo Alckmin (PSDB).
“A campanha de Bolsonaro é lamentável. O filho, vereador pelo RJ, passa o dia me atacando com mentiras. Ontem, imitando o pai, fez apologia à tortura. O vice, depois de ofender indígenas, negros e mulheres, ataca agora o 13º e as férias dos trabalhadores. E querem a volta da CPMF”, criticou.
Guilherme Boulos (PSOL) também foi outro presidenciável a condenar as declarações do general da reserva.
“Vice de Bolsonaro disse que é contra o pagamento de férias e 13º salário, que seriam ‘mochilas nas costas’ dos empresários. O projeto de Brasil de Mourão é o dos direitos políticos durante a ditadura militar com os direitos trabalhistas de antes da abolição da escravidão”, pontuou.
*INFORMAÇÕES: Portal Uol.