Voto é responsabilidade do eleitor com o destino do país

Eleitor pode manter ou eleger pessoas que não tenham o menor compromisso com a sociedade, avalia cientista político

A escolha de representantes pela população brasileira é feita por meio das eleições, mas, para fazer valer o ato democrático, o eleitor precisa escolher um candidato de acordo com os seus próprios valores. Caso contrário, ao apertar o ‘confirma’ na urna eletrônica, o povo entrega o seu destino nas mãos de outros.

A avaliação do cientista político Roberto Ramos reforça a importância de escolher um candidato de acordo com o que se pensa, com os mesmos entendimentos da sociedade, além de ficar atento aos programas e propostas do político para fazer a opção de uma forma mais clara.

“O eleitor é corresponsável pelo processo de desenvolvimento. Existe uma responsabilidade na hora de votar e só se pode exercer essa responsabilidade com conhecimento. Esse período eleitoral é feito para que o eleitor conheça os candidatos para saber fazer a melhor escolha”, avaliou.

Se o eleitor deixar de avaliar as propostas do candidato e definir seu voto por influência de outros, pode ajudar a eleger exatamente alguém que não tenha o compromisso de trabalhar as políticas públicas de acordo com a sua própria necessidade.

“Cada processo democrático év a oportunidade que o eleitor tem de fazer a sua escolha política. Se ele abrir mão, ele está deixando para outras pessoas escolherem por ele. Mesmo que ele vote sem a conscientização, ele pode manter ou levar pessoas para o poder que não tenham o menor compromisso com a sociedade”, reiterou o professor.

SAIBA AS DIFERENÇAS ENTRE VOTO BRANCO E NULO

Para auxiliar o eleitor que ainda está em dúvida ou que não escolheu o seu candidato, vale ressaltar as diferenças entre voto em branco e nulo e alguns mitos das eleições.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o voto em branco é aquele em que o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos e avalia favoravelmente qualquer candidato que vença a eleição. O voto em nulo é basicamente o contrário, quando o eleitor demonstra insatisfação com o processo eleitoral.

“O voto nulo é uma clara rejeição ao processo político. O eleitor rejeita todos os candidatos. O voto branco mostra a indefinição do eleitor, não tem uma escolha entre os indicadores, é diferente de rejeitar todos os candidatos”, explicou Roberto Ramos.

Atualmente, para votar em branco é necessário que o eleitor pressione a tecla “branco” na urna eletrônica e, em seguida, a tecla “confirma”. Já o voto nulo acontece quando o eleitor digita um número de candidato inexistente, como por exemplo, “00”, e depois a tecla “confirma”.

O TSE esclarece ainda que atualmente os votos em branco e nulo não são considerados válidos e, portanto, não são contabilizados para o pleito em si, somente como forma de estatística.

VOTO EM BRANCO NÃO É CONTABILIZADO PARA CANDIDATO ELEITO, REFORÇA TSE

Já sobre os mitos da eleição, o órgão eleitoral esclarece que o voto branco não é repassado para o candidato vencedor desde 1997, quando foi aprovado o novo Código Eleitoral.

Outra mentira é que a eleição pode ser cancelada quando mais da metade dos votos forem nulos, brancos ou quando o eleitor abstiver o voto. Uma nova eleição só será convocada caso ocorra alguma irregularidade, por exemplo, se o candidato eleito for cassado e condenado por compra de votos.

“Os votos nulos e brancos acabam constituindo apenas um direito de manifestação de descontentamento do eleitor, não tendo qualquer outra serventia para o pleito eleitoral”, frisou o TSE. (P.C.)