A avaliação do primeiro turno das eleições municipais indica uma possível insatisfação da população com o cenário político em Roraima, entre eles, o alto índice de abstenções e permanência de mais de 10 mil votos nulos e brancos.
Nas eleições municipais de 2016, o Estado somou 4.285 votos brancos (1,57%), 20.659 votos nulos (7,58%) e 52.156 mil pessoas faltosas (16,06%), um total de 77.100 pessoas que optaram por não escolher um candidato.
Já neste ano, o índice somou 72.669 (21,21%), sendo 3.656 votos em branco (1,35%) e 7.613 votos nulos (2,82%), um total de 83.939 mil pessoas.
Para o sociólogo Paulo Racoski, os votos nulos ou brancos são pouco significativos em caso de protesto, diferente do índice de abstenções. “Mais de 52 mil abstenções somente em Boa Vista, isso pode significar muito mais um protesto. Mesmo tendo mais de 11 candidatos à prefeito, o eleitor não se sentiu satisfeito com a perspectiva que a política tradicional no modelo da execução dos resultados e os resultados sociais, econômicos, culturais, saúde, habitação, transporte e etc”, indicou.
Segundo Racoski, o entendimento é que o eleitor achou que era melhor ficar em casa. “A maioria é trabalhador e operário, então, vem a dúvida entre gastar gasolina, seu tempo de repouso com a família e ir votar. Não foi só a pandemia que afastou o eleitor. Então, talvez os 52 mil abstenções ocorridas deve ter aí um protesto. Não no nulo. O nulo é pouco significativo em relação as abstenções”, acrescentou.
A avaliação do votos nulos enquanto protesto, pode ser em caso do eleitor que é descontente com a obrigação em votar. “A gente poderia dizer que é um referencial na tradição da obrigatoriedade do eleitor nas urnas no Brasil. Principalmente depois da redemocratização, mesmo com a existência do voto facultativo a partir dos 16 anos e acima dos 70”, complementou.