O professor universitário e vereador Linoberg Almeida (Rede) contrariou as pesquisas eleitorais e apareceu em terceiro lugar na corrida para a Prefeitura de Boa Vista (PMBV) com 15.775 mil votos na Capital. O parlamentar avaliou a disputa e afirma que há vários motivos que indicam o alto índice de abstenções, entre eles, a falta de identificação da população com a política.
Em entrevista exclusiva à Folha nesta segunda-feira, 16, o vereador ponderou e agradeceu os apoiadores e informou que após o cumprimento do mandato até dezembro deste ano, vai retornar para a sala de aula, mas não vai deixar de atuar na Capital.
“Quero continuar contribuindo com a política da cidade que eu gosto. A gente precisa reforçar as estruturas de base e dialogar melhor com outros lugares da cidade. Não ter mandato não diminui meu papel de ator político na cidade”, afirmou.
Sobre o índice de abstenção, o vereador afirmou que existe uma teia de condicionantes para o alto número de eleitores ausentes em todo o Estado e, em especial na Capital. “O elemento pandemia é importante, mas no contexto da cultura política boavistense ele talvez seja em igual tamanho em relação aos outros fatores. Falta de representatividade, falta de confiança no sistema político e baixa adesão de cidadania”, declarou.
Para Linoberg, é preciso uma atuação tanto da sociedade quanto dos agentes públicos, em fazer parte do processo. “Se a gente pegar todo o esforço de comunicação institucional e trazer as pessoas para o debate, é um jeito. Se a gente estivesse elegendo diretor de escola é outro jeito. Acaba estimulando as pessoas em outras instâncias a fazer uma participação política. Participando de conselhos comunitários, reuniões da Câmara Municipal”, afirmou.
RENOVAÇÃO – Com relação à Câmara Municipal. o vereador ressaltou que o plenário continuará com a atuação do vereador Albuquerque (Rede), do partido do professor. Além disso, também pontuou a eleição de representantes sindicais que foram eleitos. “Estou muito satisfeito com estas eleições por que o ponto fora da curva pode ser animador para reinventar a política local. Isso tudo pode ser um grande sopro de transformação”, afirmou.
Sobre as candidaturas femininas, no entanto, Linoberg afirmou que o índice ainda é muito baixo. “Quatro mulheres eleitas vereadoras é pouco. Mesmo que tenha representatividade de categorias classistas, ainda acho pouco. Não reflete a fotografia da sociedade boavistense. Espero que a nova legislatura seja mais eficiente na representação coletiva do que nos seus interesses individuais”, completou.
Sobre os próximos planos e uma possível candidatura em 2022, o vereador não negou e nem descartou as chances de uma nova campanha. “Acho que pode ser uma experiência legal não ter um mandato e sair forte de um processo eleitoral para continuar tendo voz ativa para representar aqueles que não se sentem representados pelo sistema que está aí. O futuro, à essas pessoas, pertence”, declarou.