Mais de 366 mil eleitores em Roraima, incluindo os 16,72% que faltaram às urnas no primeiro turno, estão aptos a escolher entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL) para presidente da República neste domingo (30). Para o cientista político Roberto Ramos, apesar do feriado prolongado, é importante que as pessoas assumam o dever cívico de ir às urnas para demonstrar as suas opiniões e escolher um dos planos de governo antagônicos.
“É natural que as pessoas percebam o voto como algo que, individualmente, não vai influenciar o resultado eleitoral. Às vezes, as pessoas pensam dessa maneira: ‘oh, eu não vou votar e isso não vai mudar a eleição’. Mas muda sim. É importante que as pessoas participem do processo eleitoral. Quando você abre mão disso, você tá dando o direito do outro de fazer a escolha dele e que vai servir pra você”, ponderou o professor, formado em Ciências Sociais e mestre e doutor em Ciência Política.
“Democracia pede isso: que as pessoas participem e deem as suas opiniões dentro da questão da responsabilidade, que é comum ao sistema democrático. Tanto os governos devem ser responsáveis perante a sociedade, como a sociedade perante o Estado. É um momento que se pede, é o coroamento do processo eleitoral”, acrescentou.
Por outro lado, Ramos lamenta outros fatores que marcaram a campanha, como a violência política. “Nós chegamos a ver histórias de pessoas que morreram por causa de uma discussão político-ideológica. Acho que esse é o elemento mais inovador deste processo, de forma ruim: a violência presente no processo político eleitoral brasileiro”.
Professor da UFRR (Universidade Federal de Roraima), Roberto Ramos falou da polarização do País ao destacar que o presidente eleito terá que apaziguar o Brasil e estabelecer um diálogo entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para garantir uma melhor governança. “O vencedor das eleições de domingo tem que, de alguma forma, trabalhar numa política externa, numa política de harmonização interna e fazer com que as instituições funcionem melhores”, declarou.
O cientista político destacou, ainda, os anseios da população, como a geração de empregos e a resolução de problemas sociais e econômicos. “Nós temos déficit habitacional, muitas pessoas abaixo da linha da pobreza, problemas na área de Educação, Saúde”, destacou.