O líder do MDB em Roraima, ex-senador Romero Jucá afirmou que o palanque do partido em Roraima estará aberto para apoio na disputa presidencial. Em entrevista exclusiva a Folha, ele falou sobre o encontro do grupo de senadores com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
O ex-senador Romero Jucá (MDB) também foi convidado para o encontro, mas não compareceu pois cumpria agenda com ações de pré-campanha em Roraima.
“O PL do vice candidato na nossa chapa apoia o presidente Bolsonaro e mesmo se o MDB fizer acordo com Lula temos um palanque aberto em Roraima e cada pessoa poderá votar no presidente que escolher. No Congresso, apoiarei o presidente que for eleito” explicou Jucá.
Apoio
Apenas no MDB são 14 diretórios estaduais que apoiam a candidatura petista — pelo menos nove da Região Nordeste, além de estados como Paraná e Goiás.
A região Nordeste, que hoje apoia Lula, tem 107 votos (25% do total). É a maior região em se considerando o número de votos internos que têm. Mas as outras somadas, que defendem a candidatura própria de Simone Tebet, têm 318 votos (75% do total). A segunda maior região em número de votos é o Sudeste (107), seguido de Sul (94), Norte (75) e Centro -Oeste (44).
Encontro com Lula
A união do MDB com Lula está sendo coordenada pelo grupo do MDB do Senado, que se aliou a Lula já no primeiro ano de mandato do petista em 2003 e que era liderado por José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá. Desde então, eles estiveram com Lula em todas as eleições. Fora do Nordeste, o estado do Amazonas é, segundo o partido, o único que apoia Lula. O diretório amazonense é comandado pelo senador Eduardo Braga, do mesmo grupo político de Renan.
Jantar com MDB
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou a interlocução com a parte do MDB que apoia sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. O petista participou de um jantar com senadores, na noite de segunda-feira, 11, na residência do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (CE), em Brasília.
No encontro, indicou que está disposto a fazer alianças e compor um eventual governo que vá além da esquerda. Lula ouviu dos presentes o conselho para que evite o discurso voltado a agradar apenas ao seu campo político e concentre a campanha em três pontos: “bolso, bucho e democracia” – uma referência aos temas inflação, renda e ataques ao regime democrático, considerados fragilidades do presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário em outubro.
Apesar do encontro, o próprio MDB e outros partidos que buscam uma chamada terceira via – PSDB, União Brasil e Cidadania – prometem divulgar, em maio, um nome único para a disputa ao Planalto.