Pela primeira vez na história das Olimpíadas, o Brasil levou mais mulheres do que homens para a competição, com 163 atletas femininas representando 56,4% da delegação. As esportistas não só participaram em grande número, mas também brilharam nas competições, conquistando a maior parte das medalhas do país.
Dos 20 pódios alcançados pelo Brasil em Paris, 12 foram de atletas femininas, incluindo os três ouros do país: Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade na ginástica artística e a dupla Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia. Além disso, as mulheres garantiram mais pratas e bronzes do que os homens, reafirmando seu protagonismo.
Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024 e gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB), destacou o impacto desse resultado. “Há dois ciclos olímpicos, o COB investe especificamente no esporte feminino, e o que vimos em Paris reflete esse fortalecimento das mulheres em nossa sociedade”, afirmou.
Rogério Sampaio, chefe da missão e diretor-geral do COB, também celebrou o desempenho feminino. “Quebramos recordes e barreiras, especialmente no esporte feminino, o que nos enche de orgulho.”
O destaque individual ficou com Rebeca Andrade, que se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil, com seis medalhas, ultrapassando lendas como Robert Scheidt e Torben Grael. “É uma honra ser uma mulher preta e estar no topo do mundo”, declarou Rebeca após suas conquistas.
No surfe, Tatiana Weston-Webb fez história ao conquistar a primeira medalha olímpica feminina do Brasil na modalidade, enquanto Duda e Ana Patrícia quebraram um jejum de 28 anos sem ouro no vôlei de praia feminino. Bia Ferreira, no boxe, também reafirmou o poder feminino ao garantir mais uma medalha para sua coleção, desta vez um bronze.
Com mais oportunidades, as atletas brasileiras demonstraram seu potencial, alcançando resultados históricos e abrindo caminho para futuras gerações de mulheres no esporte. “Quanto mais chances tivermos, mais resultados vamos trazer”, afirmou Bia Ferreira.