Os estudantes indígenas manifestaram por respeito na tarde desta sexta-feira (04), na disputa pelo terceiro e quarto lugar do futebol infantil dos Jogos Escolares, no Estádio Canarinho. Os pedidos, feitos em cartazes, aconteceram após ofensas de torcidas de escolas urbanas nas partidas anteriores.
Segundo os relatos, os jogadores e estudantes estariam sofrendo discriminação racial em comentários ofensivos de torcedores de outras escolas. O caso “gota d’água” ocorreu ontem, quando a Escola Monteiro Lobato e a Escola Indígena Índio Gustavo Alfredo (Normandia) estavam jogando.
“O jogo foi para os pênaltis e os torcedores ficaram gritando lá de cima: ‘vai fazer farinha’, ‘aqui não lugar de índio, não’. O pessoal é muito preconceituoso com os indígenas, muita falta de respeito na hora do jogo. Não foi uma ou duas vezes, foram várias vezes”, explicou uma professora da Escola Indígena, Hellen Marques Taurepang.
jogo de hoje, pelo 3º e 4º lugar no Futebol Infantil Masculino, os jogadores, no momento da foto, seguraram letras que montavam a palavra respeito. Durante toda a partida contra Colégio Militarizado Aldébaro José de Alcântara (Bonfim), outros estudantes do EEI Índio Gustavo Alfredo seguraram cartazes com “Não à discriminação” e “Não ao racismo”.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seed) informou que repudia toda e qualquer forma de discriminação e lamenta o episódio isolado ocorrido entre alunos-atletas nos Jogos Escolares de Roraima.
Ressalta que a essência dos Jogos Escolares é a união e o respeito.
Por 50 edições os Jogos Escolares de Roraima têm sido referência no incentivo ao esporte, à boa relação interescolar e a prática da amizade. E assim continuará, com a finalidade de unir e não provocar atos discriminatórios.
Roraima é um estado que reúne diversos povos e etnias. Um estado que sempre respeitou as diferenças. E essa é a prática educacional desenvolvida nas mais de 300 escolas da rede estadual de ensino, dentre elas, em sua maioria, indígenas.
A Seed reitera que adotará medidas junto as gestões da Escola Estadual Monteiro Lobato e Escola Estadual Indígena Índio Gustavo Alfredo. E pede desculpas pela atitude discriminatória.