O jogador roraimense no Santos, Thiago Maia, passa férias em Boa Vista, local onde morou até seus 12 anos de idade. Com a renovação do contrato com o clube santista neste ano, o roraimense se deparou com uma nova vida: agora convive com a realidade da fama e não lhe falta dinheiro no bolso.
A Folha entrevistou o jogador, na última terça-feira, em um bairro da Zona Oeste da capital, onde ele cresceu e tem suas amizades, e onde seu pai, Joel de Jesus Alencar, mora. Mesmo com uma posição econômica melhor, Thiago, de 18 anos, não perdeu sua simplicidade do início da carreira nas categorias de base, recebeu a reportagem descalço, e concedeu entrevista na calçada de um vizinho, longe de tietagens e holofotes. “Ele é assim mesmo”, disse o pai, em tom de risos.
O volante do Santos, que chegou a Roraima no último dia 11, volta a Santos (SP) no dia 5 de janeiro de 2016. No último domingo, o jogador esteve presente na final de uma competição amadora que leva o seu nome, no campo do Careca. Mas, o que chamou a atenção foi o modo como ele chegou ao local: de helicóptero.
“(Sobrevoar de helicóptero) era um sonho, acho que é o sonho de todo mundo. Pretendo andar mais vezes, ainda aqui em Roraima, onde pude ver lá de cima uma vista maravilhosa e bonita”, disse o jogador, que, no helicóptero, esteve acompanhado do pai e do primo.
Do alto, eles viram a quantidade de pessoas que esperavam pelo jogador. “A gente viu o quanto foi importante (o esforço no sonho do Thiago). Quando ele desceu do helicóptero, veio um monte de crianças em cima dele, correndo e tirando fotos. Não só crianças, tinha adultos também”, disse Joel de Jesus.
O jogador saiu do campo do Careca depois de atender a todos, e, a partir dali, sentiu o carinho do público roraimense. “Isso aí é o que a gente planta. O que a gente planta a gente colhe. Graças a Deus eu tenho sido muito abençoado”, disse Thiago, que garantiu não se incomodar com o assédio.
O contrato do roraimense com o Santos vai até 2019. Ele negou revelar o salário que ganha, por questões contratuais, mas descreveu o que o Santos já lhe proporcionou (além de sobrevoar de helicóptero).
“Graças a Deus eu tenho um apartamento (em Santos) e moro com minha mãe. Tenho um carro – quando eu ganhei meu primeiro salário tirei meu carro, que é uma coisa que eu sonhava desde pequeno, desde que eu morava aqui (em Roraima)”, disse.
O jogador também diz ajudar a família e amigos. “Fico muito feliz em estar ajudando meu pai, minha família, meus primos e minhas primas, meu tio. Até gente que pede minha ajuda eu tento ajudar da melhor forma possível. Tem gente que abusa, a gente ‘dá o pé e quer a mão’, e eu tenho o meu pai, que sempre está me aconselhando com essas coisas”.