Emilio Correa Bayeux, 37, e Emilio Correa Vaillant, 69, prata e ouro no boxe olímpico, já começaram a receber as primeiras ajudas após a Folha revelar a chegada dos medalhistas olímpicos a Roraima, em busca de uma nova vida. O técnico Ronaldo Silva, uma das maiores referências do pugilismo roraimense, recebeu pai e filho em sua academia e define a chegada da dupla como “uma satisfação que não cabe no peito”.
“Conhecer [Emilio Correa Vaillant] ao vivo e a cores é de uma alegria que não tem preço”, descreve o treinador, que diz ter conhecido histórias como a dos medalhistas olímpicos antes mesmo da popularização da internet, por meio de seus antigos técnicos cubanos.
Silva diz ainda não ter ideia de como será o trabalho ao lado dos cubanos, pois precisa entender suas reais necessidades e o interesse da dupla em ficar no Brasil. “Mas estou à disposição, da melhor forma possível que pode auxiliá-los para seguirem adiante ou ficarem aqui”, explicou.
Para o técnico formador de inúmeros roraimenses medalhistas em campeonatos brasileiros, como a filha Rafaela Silva, atual campeã nacional juvenil, o boxe de Emilio Correa Bayeux é “fora de série” e “técnico”. “Uma característica dos cubanos e que todo ocidental admira é saber lutar com eficiência da média para longa distância, e às vezes nocauteando o adversário”, pontuou ele, atribuindo a conquista de medalhas olímpicas por brasileiros na última década ao resultado do intercâmbio com Cuba.
Campeão olímpico em Munique-1972, Emilio Correa Vaillant disse estar feliz pela recepção no Brasil, citou o sacrifício para ele e o filho chegarem ao País e relatou a importância de Cuba para o boxe brasileiro.
Prata em Pequim-2008, Bayeux agradeceu ao povo brasileiro pelo apoio recebido desde a publicação da reportagem e revelou ter recebido muitos telefonemas, solicitações de amizade em redes sociais e ofertas de ajuda, incluindo financeira, após a repercussão do texto.
O atleta cubano descreveu Ronaldo Silva como um treinador experiente e com histórico precedente com treinadores e atletas cubanos. “As impressões são especiais até o momento”, disse ele, afirmando poder contribuir como lutador e técnico para o desenvolvimento da modalidade no Brasil.
Por fim, Bayeux comentou a comparação feita por internautas entre ele e o rapper americano 50Cent: “Em Cuba, muitas garotas me comparavam com 50Cent, por eu ser parecido. Essa comparação me orgulha muito”, disse, aos risos.
*Por Lucas Luckezie