FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
Adriano Felipe, de 42 anos, teve o primeiro contato com corridas por um convite do irmão. Começou com as curtas, de no máximo 12 quilômetros, criou afeto pela atividade e já chegou a competir em corridas ultra, de 60 quilômetros, mas deseja ir além: a pretensão é participar de competições de 120 quilômetros.
O hábito das corridas fez com que Felipe sentisse melhora na saúde, no relacionamento com a família e trouxe mais responsabilidade para lidar com os compromissos do dia a dia. Assim como também ajudou na superação de antigos vícios.
“O que me motiva é que antigamente eu bebia e fumava muito. Então, eu comecei a correr para esquecer a vontade de fumar e beber. Eu me sinto muito bem quando corro porque parece que estou em outro mundo. Esqueço tudo, fico apenas sentindo o prazer da corrida e das paisagens que vou vendo”, afirmou.
Os treinos variam de acordo com a disponibilidade de Adriano Felipe. Durante o período de férias do trabalho, ele chega a correr três vezes por semana, mas durante a rotina comum, os treinos ficam para o fim de semana.
O esporte só cresce no Estado. E tem espaço para todo mundo: profissionais e amadores, homens e mulheres, adultos e crianças. A empresa Vagalume possui um calendário com 11 corridas programadas para 2019.
“Os idosos têm procurado muito pelos eventos de corrida. Os jovens também procuram muito, principalmente as mulheres. Muitas que estão muito fortes nesse esporte. Há algumas corridas kids que realizamos durante o ano também que, geralmente, contam com 300 crianças por evento”, afirmou o empresário Gilmar Schramm.
Como cada corrida depende do contratante, embora haja 11 confirmadas, apenas 6 têm datas fechadas: a “Maratona Corre Roraima”, em 23 de fevereiro; “Corrida da Mulher Maravilha”, 10 de março; “Corrida da Liga da Justiça”, em 24 de março; “II Corrida Bombeiro Civil”, em 31 de março; “Corrida Sexta-feira 13”, em setembro; e “II Corrida e Caminhada da Justiça Federal”, em 20 de outubro.
A Vagalume existe há sete anos como um clube de corredores. O nome surgiu porque os atletas corriam durante a noite e usavam camisetas fluorescentes. A paixão virou coisa séria. Agora, diversas corridas roraimenses são organizadas pela empresa.
“Eu tive um grande problema com a federação de atletismo. Fui perseguido no início porque o presidente [da federação] queria cobrar uma taxa para que o evento ocorresse. E havia uma ‘tortura’ de ir ao evento e ficar falando para as pessoas que estava ilegal, enfim”, declarou Schramm.
O empresário explicou ainda que a Confederação Brasileira é a responsável por enviar um medidor oficial para medir o percurso da corrida e, então, são emitidas as taxas. A partir do pagamento, é repassado para a federação local um percentual.
Carmono Cunha, representante da Federação Roraimense de Atletismo (Fera), quando questionando se havia uma taxa que precisava ser paga à federação para realizar corridas, enviou alguns documentos à Folha, indicando que sim, que é necessário pagar um “permit” à Fera.
“Informamos que sim, há obrigatoriedade e deve solicitar tal permit junto à Fera. A corrida de rua, seja alusiva, filantrópica, comemorativa ou oficial, deve cumprir a Lei 9.535. Cada federação filiada à CBAt possui seus regimentos de taxas, podendo ou não isentá-las.”
MENTE SÃ, CORPO SÃO
O ortopedista e traumatologista Ilderson Silva explicou que a prática de atividades afeta de forma positiva não só o aspecto físico, mas também o mental, porque durante os exercícios liberamos substâncias importantes para o bem-estar.
“Por exemplo, a endorfina, que é uma substância natural. Como é produzida pelo nosso cérebro, recebe a denominação de neurotransmissor, melhorando o sistema imunológico, a memória, aliviando a dor”, explicou o médico.
Há também a serotonina, um hormônio que atua regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade e funções intelectuais.
“Uma hora de exercício por dia resulta em uma melhor qualidade de vida e saúde. Caminhadas ao ar livre, andar de bicicleta, natação ou academia… O importante é se movimentar. Busque orientação profissional e inicie”, indicou. (F.A)