“Os desafios são diários, mas a gente pode ultrapassar as barreiras”, diz ex-atleta que virou cadeirante após cair de árvore

Confira algumas das histórias que marcaram a 9 de Julho

Leandro de Oliveira ao lado da esposa Jocelma de Oliveira. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Leandro de Oliveira ao lado da esposa Jocelma de Oliveira. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Superação, união, homenagem aos que se foram e desafios entre os fiéis: esses foram alguns dos temas presentes na Corrida 9 de Julho. Durante o evento, a Folha conversou com alguns corredores e corredoras e ouviu histórias incríveis, como a de Leandro Oliveira, um ex-atleta profissional que se tornou cadeirante após cair de uma árvore em 2020.

Segundo Leandro, participar da corrida como cadeirante é uma questão de visibilidade e de qualidade de vida. “Isso mostra que os desafios são diários, mas a gente pode ultrapassar barreiras”, afirmou.

Oliveira se tornou cadeirante em 2020, quando caiu de um pé de manga e fraturou a vértebra 12 da coluna torácica. Para a esposa dele, a corrida é um refúgio e uma forma de se superar. “Como ele já era atleta, ele sempre quer participar e estar presente em todas as corridas. Eu fico feliz de acompanhá-lo nesse percurso e tenho orgulho da trajetória dele”, compartilhou.

Família

Arielly, Catarina, Wolter e Vera. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A presença de famílias inteiras também marcou o evento, inclusive a da família de dona Vera Carvalho, que foi para o evento apenas para torcer pela filha e neta, mas acabou participando da corrida e levando o genro junto. “Foi a primeira vez que eu participei de algo assim. Eu vim por causa da minha filha, e adorei. Para mim foi ótimo, foi maravilhoso, e ano que vem quero de novo!”, afirmou.

Wolter Borges, o genro de Vera, pretendia percorrer o trajeto de bicicleta para acompanhar a filha e a esposa, mas quando viu a sogra eufórica, decidiu participar como guia. “Quando eu vi a euforia dela, que estava louca vendo as duas irem, larguei a bike, coloquei dentro do carro e vim junto”.

Arielly Fim, neta da idosa e cadeirante, também participou pelo terceiro ano seguido, motivada pela mãe. “No primeiro ano eu não queria vir de jeito nenhum; vim obrigada, mas acabei gostando e virou um hobby meu e da minha mãe. Todo ano a gente vem correr, e virou uma diversão nossa”, compartilhou.

E claro que a causadora disso tudo também estaria presente. Catarina De Fátima Fim revelou que começou a participar das corridas para ajudar Arielly a superar algumas barreiras. “Esse já é o nosso terceiro ano, e resolvemos por superação mesmo. Agora, vendo a família toda reunida assim, a sensação é perfeita, foi muito emocionante. No próximo ano, eu quero reunir todo mundo aqui de novo”, concluiu.

Homenagem

Grupo Macellaro. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A corrida também foi um momento para recordar e honrar a memória de quem já partiu. O grupo Macellaro correu em homenagem ao ex-atleta Carlos Macellaro, que faleceu há cinco meses. Francy Macellaro, esposa do homenageado relatou que o grupo foi fundado inicialmente como uma brincadeira do marido. “Ele começou com uma brincadeira de ultramaratona, que acabou se tornando séria. Começamos com 58 km em homenagem aos seus 58 anos, depois 59 km, 60 km e assim por diante”, explicou.

Francy Macellaro. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Cerca de 100 pessoas, entre amigos e familiares de Carlos, estiveram presentes no evento. “Somos um grupo que se uniu em busca de qualidade de vida, e hoje sentimos uma mistura de emoções. São lágrimas de sorrisos, de dever cumprido e de muita saudade”, concluiu.

Mente corpo e espírito 

Grupo NZRUN. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Para Vanísia Camilo, coordenadora do grupo NZRUN da igreja Nazareno, a corrida vai além do aspecto físico. “Nós acreditamos nos três pilares: mente, corpo e espírito. Por isso, consideramos importante que o cristão cuide do templo do Senhor, que é o corpo. Treinamos não apenas para competir, mas para fortalecer nosso bem-estar geral”, explicou.

O grupo cristão contou com cerca de 65 participantes inscritos na corrida, tendo como principal objetivo superar suas próprias limitações. “Nossa expectativa é que todos deem o melhor de si, e ver todos concluindo a prova com sucesso é o resultado que esperamos”, concluiu.

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