O projeto social Judô na Escola completa 17 anos de atividades levando os conhecimentos e técnicas da arte suave para mais de 300 alunos e pessoas, a partir dos dez anos de idade, da comunidade próxima a Escola Estadual Maria das Dores Brasil (MDB), no bairro 13 de Setembro.
Atualmente pelo menos 60 atletas recebem os ensinamentos do judô nas segundas, quartas e sexta no período da noite, das 19h às 21h, e nas terças e quintas, no período da tarde.
O projeto é comandado pelo professor Neudimilson Pinheiro Maciel 6º Dan de Judô, idealizador do projeto, e pelos ex-alunos e hoje professores Edileia de Carvalho Ramos e Maxmiliano Felício Rocha, faixas pretas 1º Dan.
“A escola é um ciclo de três anos e depois os alunos saem para faculdade e muitos saem com os ensinamentos do judô, assim como pessoas da comunidade que se inscrevem e participam”, disse.
Para participar o principal pré-requisito é estar matriculado numa escola e ter boas notas. “Não pode chegar da rua e querer participar, tem que estar na escola e bom comportamento”, disse.
Maciel informou que a Edileia é ex-aluna do projeto e se destacou em competições nacionais, como na conquista do Campeonato Brasileiro, em 2015 na categoria 57 quilos, e novamente este ano conquistou o primeiro lugar na sua categoria e no Absoluto.
A dedicação do professor e seus auxiliares levaram a Escola Maria das Dores Brasil a ser referência na modalidade de judô nos Jogos Escolares de Roraima.
“Somos hexacampeões da modalidade nos Jogos Escolares e isso demonstra que o projeto tem contribuído na vida escolar dos alunos, da escola e da comunidade”, disse. “Para este ano estamos com uma equipe reduzida de atletas com idade de competição, que é até os 17 anos, devido à paralisações das aulas no ano passado, mas vamos novamente lutar por mais um título para a escola”, afirmou.
Além dos Jogos Escolares, Maciel citou a participação de alunos nos Jogos Universitários de Roraima e em competições promovidas pela Confederação Brasileira da Liga de Judô e da Liga Estadual de Judô.
“Sempre temos atletas competindo e representando bem o projeto e a Liga de Judô”, disse.
Embora tenha mostrado resultados positivos nestes 17 anos de projeto, Maciel, que é formado em Educação Física, ressalta o apoio recebido pela direção da escola e pelos pais dos atletas, como também da falta de patrocínio para expandir o projeto para outras escolas.
“Temos o apoio da diretora Beatriz Santana e do diretor adjunto Carlos Lobo, dos ‘Paitrocinadores’ que é quem banca as despesas dos atletas e já tentamos conseguir patrocínio de alguns políticos e de empresários, que levamos o projeto e prometem ajuda, mas dificilmente essa ajuda chega. Mas mesmo assim levamos o projeto e esperança a esses jovens tentando a todo custo alcançar nossos objetivos que é formar cidadãos campeões no esporte e a na vida”, frisou.
Maciel conta que a ajuda pretendida junto a políticos e empresários se referem à aquisição de material de treino e de luta, entre eles a compra de quimonos e tatame, além de compra de passagens quando os atletas vão disputar fora do estado.
“Muitas vezes tiramos do próprio bolso para levar o atleta para competir, pois sabemos do potencial e dá vontade do atleta competir e sempre trazemos bons resultados para o Estado”, afirmou. “Para mim o pagamento é a satisfação de ver os atletas competindo, ganhando, representando bem o Estado e sendo agentes multiplicadores do bem, pois o principal objetivo do projeto é difundir o judô e promover a cidadania através da prática do esporte”, finalizou.