Um duelo eletrizante do início ao fim. Esse é o resumo da final do Campeonato Roraimense, realizada no último sábado, na Vila Olímpica, quando o São Raimundo pôde comemorar o título estadual profissional pela quinta vez. Depois de o Baré sair na frente com um gol duvidoso, o Mundão virou o placar, mas sofreu o empate por 2 a 2, no fim do tempo regulamentar, até vencer nos pênaltis, por 3 a 2, graças ao gol de Alex e ao chute mal cobrado por Stanley, do Baré.
Com a vitória e o pentacampeão estadual (2004, 2005, 2012, 2014 e 2016), o São Raimundo igualou o número de títulos do rival, e disputará as Copas Verde e do Brasil de 2017. O Baré, campeão do primeiro turno, se conformará com a Série D do Campeonato Brasileiro, onde estreia no dia 12 de junho, diante do Princesa do Solimões (AM).
O espetáculo não ficou só no gramado. Na arquibancada e ao redor do campo, cerca de 4 mil pessoas prestigiaram a partida, segundo a organização, um público impossível nos últimos anos, quando o Estadual foi disputado no estádio Ribeirão.
O JOGO – A partida começou movimentada, com todo gás. Com apenas 10 segundos, Careca partiu ao ataque e mandou uma bomba forçando o goleiro Jairo a espalmar para a linha de fundo. Mas a emoção começou a tomar conta a partir dos 24 minutos, quando Kaio Fernando cobrou falta de longa distância, e o goleiro Jairo soltou a bola na frente de Dante, que tentou empurrar para a rede, mas foi travado.
Para esquentar de vez o duelo, o Baré abriu o placar com um gol duvidoso, aos 37 minutos. Cacau aproveitou a bola aérea para fuzilar de canhota, a bola explodiu no travessão e, possivelmente, atravessou a linha, e voltou à grande área. O jogo seguiu normalmente por três segundos, até o árbitro Zacarias Santiago tomar a decisão de validar o suposto gol.
O intervalo foi marcado por reclamações com a arbitragem. O lance dividiu as opiniões de quem estava na Vila Olímpica. Mas o São Raimundo decidiu responder com a bola na rede. Aos oito minutos do segundo tempo, Anderson lançou na área, David cabeceou a bola, de forma travada com as mãos de Jairo, e ela foi no ângulo. O gol equilibrou o jogo.
A resposta do Baré veio com bola parada. Aos 20, após cobrança de falta, Nilsão subiu na área para cabecear a bola, que raspou o travessão. Mas a equipe barelista não evitou a virada do Mundão. Aos 22, Anderson meteu uma bomba na trave, a bola voltou nos pés de Gilson, que empurrou de canhota para o fundo do gol.
Na sequência, as equipes ainda arriscaram chutes perigosos de fora da área. Mas nada comparado à maior chance perdida da partida. Aos 33, João Paulo tocou para Gilson na esquerda. O atacante avançou e ficou frente a frente com o goleiro, tocou na direita para Kaio Fernando, que, com o gol aberto, bateu mal, de canhota, para fora.
Três minutos depois, o Baré igualou o marcador. Tubarão cobrou falta de longe, a bola passou por todos na grande área e procurou a rede. Na comemoração, o jogador levantou a camisa para mostrar outra, por baixo, com a frase “eu amo minha família”. Mesmo assim, o árbitro anotou cartão amarelo.
Na maior chance do Baré virar o placar, brilhou a estrela de Katê. Aos 39, Keven Smith, quase caído no gramado, cruzou na área e Stanley cabeceou e forçou o goleiro a fazer defesa com grande reflexo. Com a chance bloqueada por Katê, a disputa foi para os pênaltis.
PÊNALTIS – Até as penalidades proporcionaram um ritmo eletrizante. Ambos os times erraram as primeiras cobranças: David, do São Raimundo, bateu para a defesa do goleiro Jairo, enquantoThiago Paraná, do Baré, bateu para Katê defender.
Mas as segundas cobranças não foram desperdiçadas. João Paulo bateu no canto, Jairo foi na bola, mas não a alcançou: 1 a 0 para o Mundão. Na sequência, Tubarão mandou a bola num lado e Katê caiu para o outro: 1 a 1. Em seguida, Rodrigo bateu com perfeição: 2 a 1. Na vez do Baré, Túlio bateu sem chances para Katê: 2 a 2.
Como as primeiras, as quartas cobranças também foram perdidas. Pelo São Raimundo, Gilson bateu mal e Katê defendeu tranquilamente. Pelo Baré, Keven Smith mandou para fora. Na quinta penalidade, Alex não desperdiçou: 3 a 2. E a responsabilidade de igualar o marcador e levar a decisão para as cobranças alternadas ficou com Stanley. Porém, o atacante do Baré bateu longe, para fora, e deu o título de 2016 ao São Raimundo.
FICHA TÉCNICA
BARÉ (2) 2 x 2 (3) SÃO RAIMUNDO
BARÉ – Jairo; Celsinho, Thiago Brandão, Piru (Sapulha) e Tubarão; Juninho, Neto (Keven Smith), Nilsão e Cacau (Túlio); Thiago Paraná e Stanley. Técnico: Fabio Luiz.
SÃO RAIMUNDO – Katê; Wellington Boi, Evandro, Dante e Ygor; João Paulo, Anderson (Nilson), Careca (Gilson) e David; Alex e Kaio Fernando (Rodrigo). Técnico Chiquinho Viana.
GOLS – Cacau, aos 37 minutos do primeiro tempo. David, aos 8, Gilson, aos 22, e Tubarão, aos 36 minutos do segundo tempo. Pênaltis: João Paulo, Rodrigo e Alex (São Raimundo); Tubarão e Túlio (Baré).
CARTÕES AMARELOS – Juninho, Neto, Tubarão e Stanley (Baré); Kaio Fernando (São Raimundo).
ÁRBITRO – Zacarias Santiago.
LOCAL – Estádio da Vila Olímpica Roberto Marinho.