Esporte

Sesau nega pedido por 30% de público no estádio Canarinho

Solicitação é do São Raimundo, classificado para a segunda fase da Série D do Brasileiro e representante local na Copa Verde. Sub-17 do Mundão está nas oitavas de final da Copa do Brasil da categoria

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) negou o pedido do São Raimundo para o retorno do público ao Canarinho, o principal estádio de Roraima, depois de 17 meses de pandemia da Covid-19 no estado. O clube roraimense, que alega prejuízo financeiro pela falta de torcida, solicitou por ofício que a pasta autorize a realização de jogos com, pelo menos, 30% da capacidade total do espaço, o que corresponde a 1.392 torcedores.

No futebol profissional, a equipe está classificada para a segunda fase da Série D do Campeonato Brasileiro e representará o estado na Copa Verde, em outubro. Além disso, o time Sub-17 se classificou para as oitavas de final da Copa do Brasil da categoria.

No documento endereçado ao secretário de Saúde, Leocádio Vasconcelos, o São Raimundo anexa o protocolo de recomendações para retorno do público aos estádios, editado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol. Entre as condições para o torcedor assistir aos jogos, está a comprovação de que tomou a segunda dose da vacina contra a Covid-19 ou um teste negativo para a doença.

O clube garante “máxima atenção” ao distanciamento social, ao uso de máscara e à disponibilização de álcool 70% nas entradas do estádio, bem como papel toalha e sabão para a higienização.

Reinaugurado em 13 de fevereiro de 2020, um mês antes da pandemia chegar em Roraima, o Canarinho recebeu apenas um jogo com torcida e foi nessa mesma data: o empate por 2 a 2 entre São Raimundo e Cruzeiro, pela Copa do Brasil. O estádio tem 4.640 lugares, sendo 4.377 na arquibancada e 263 na tribuna de honra.

“Devido a essa pandemia, tivemos muito prejuízo financeiro e com a entrada desses torcedores, totalmente imunizados, o clube iria minimizar os prejuízos causados durante esses transtornos”, disse o São Raimundo no ofício.


São Raimundo é o principal time do futebol roraimense (Foto: Hélio Garcias/São Raimundo)

Sesau cita variante Delta e baixa cobertura vacinal como razões

A Sesau alegou, em parecer técnico, que Roraima “ainda apresenta baixa cobertura vacinal, chegando a 19,4% do total da população quando o recomendado pelo Ministério da Saúde é 85% da população vacinada”.

“Essa situação reforça a NÃO realização de eventos que contrariem as recomendações vigentes quando um território específico encontra-se na classificação de risco alto […]. Havendo mudanças no cenário epidemiológico nos próximos 30 dias, após avaliação de risco, alterações poderão ser consideradas”, diz trecho do parecer.

Outro fator apontado pela secretaria é a circulação de variantes do coronavírus, como a Delta, registrada em, pelo menos 11 estados, além do Distrito Federal. “Estudos demonstram que a linhagem da Delta tem taxas mais altas de transmissão, incluindo aumentos rápidos observados em prevalência em vários países.”

A confirmação da existência da Delta no Amazonas é, para a Sesau, motivo de preocupação. “Esse fato aumenta ainda mais o risco epidemiológico de um possível e iminente aumento nos casos e óbitos no estado de Roraima, uma vez que há um grande fluxo de pessoas transitando entre os dos estados”.

Prefeitura de Boa Vista tem meta para flexibilizar torcida

A Prefeitura de Boa Vista divulgou no último dia 13, no Diário Oficial, as metas para novas flexibilizações, de acordo com a cobertura vacinal na capital. A liberação para o funcionamento de estádios com lotação máxima de 30% só será possível na fase 4 do plano, quando a cidade chegar a 72,13% de imunizados com a primeira dose, além de 31,20% da população que recebeu a segunda ou a única.

Mas isso pode demorar a acontecer. Segundo o Vacinômetro de Roraima, Boa Vista vacinou apenas 54,02% da população com a primeira dose, e 16,34% com a segunda ou única. Em números, são 267.222 pessoas que receberam a primeira, e 17.139 que completaram o esquema de vacinação.