PROTESTO

Agricultores bloqueiam BR-174 contra delimitação de mais 269 mil hectares de Roraima

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima quer criar a Floresta Nacional do Parima e ampliar as áreas da Estação Ecológica de Maracá e a do Parque Nacional do Viruá

Manifestantes interditaram a rodovia federal BR-174, no Sul de Roraima
Manifestantes interditaram a rodovia federal BR-174, no Sul de Roraima (Foto: PRF)

Agricultores bloqueiam desde a manhã desta sexta-feira (9) o quilômetro 328 da rodovia federal BR-174, na vila Petrolina, em Caracaraí. O protesto tem como alvo as minutas de decreto do Governo Lula para delimitar mais 269 mil hectares do território de Roraima para ampliar a preservação ambiental. As novas áreas protegidas equivalem a aproximadamente 269 mil campos de futebol.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está no local para manter um perímetro de segurança para manifestantes e condutores. Segundo a corporação, o fluxo de veículos é liberado a cada 1 hora.

No local, os agricultores exibem faixas como “Salve o Futuro de Roraima. Não Mais Criação e Ampliação” e “Ajude a Salvar Roraima. Não Mais Criação e Ampliação”.

Na semana passada, a Folha revelou que a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, pediu apoio do governo estadual para criar a Floresta Nacional do Parima, de 109 mil hectares, e ampliar a área da Estação Ecológica de Maracá em mais 50 mil hectares, e a do Parque Nacional do Viruá em 109 mil hectares.

Em Roraima, havia a expectativa de que a ministra incluísse a medida em um pacote de ações para ampliar a preservação ambiental, na segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, o que não aconteceu.

No dia seguinte, deputados estaduais aprovaram uma moção de repúdio contra as propostas da ministra. “Se precisar, [nós deputados] vamos liderar esse movimento popular no Estado de Roraima, seja qual for a forma, pra não aceitar essa política presidida pela deputada e hoje ministra do Meio Ambiente, persona non grata no Estado de Roraima, Marina Silva. Inclusive apoio a moção de repúdio”, declarou o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), na ocasião.

O governador Antonio Denarium (Progressistas) já declarou, por comunicado, ser contra a ideia, atendendo parecer da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), que, por outro lado, se mostrou favorável a garantir “a gestão eficiente, monitoramento e controle ambiental das unidades já criadas, tanto no âmbito federal, quanto estadual”.

A Femarh reforçou que Roraima já possui 67,4% de áreas destinadas para conservação (ou 15,1 milhões de hectares) e apenas 32,5% para uso produtivo (o equivalente a 7,2 milhões de hectares), dos quais apenas 24,91% são da alçada da gestão estadual.