Nos últimos meses, Roraima tem enfrentado um aumento significativo no preço do cimento, impactando construtoras e pessoas que financiaram suas obras. A seca no Amazonas tem sido apontada como a principal causa desse aumento, elevando os valores do material essencial para o setor da construção a patamares entre R$ 70 e R$ 80.
A elevação nos preços, aliada à escassez do produto, tem gerado preocupação, especialmente entre aqueles que estão construindo por meio de financiamento, como ressalta a especialista em financiamento habitacional, Ingra Dourado.
De acordo com Ingra, o aumento no preço do cimento compromete o orçamento de indivíduos que estão realizando construções financiadas.
“O cliente, ao financiar a construção de um imóvel, preenche uma planilha de custos, a PCI. Ao propor um orçamento de, por exemplo, R$ 2.600 por metro quadrado, ele já tem uma base de quantos sacos de cimento irá gastar, dentro do valor de mercado do produto. Se o cimento sobe, ele acaba tendo que usar recursos próprios, fora do financiamento, para cobrir essa flutuação. O banco não se responsabiliza”, explica a especialista.
Além disso, Ingra destaca que as construtoras também são prejudicadas, uma vez que possuem prazos para a entrega dos serviços e não podem deixar de executar as obras devido à flutuação de preços.
“A maioria dos clientes contratam construtoras para executar o serviço, e elas também têm o compromisso de entregar a obra. Se o preço do cimento sobe ou baixa, é de responsabilidade total da construtora entregar a obra no prazo estabelecido”, finaliza Ingra.