O governador Antonio Denarium (Progressistas) exonerou, nesta terça-feira (25), a advogada Cecília Lorenzon do cargo de secretária estadual de Saúde para nomeá-la como secretária estadual de Governo Digital. Os decretos foram publicados no Diário Oficial do Estado (DOE).
- NO FIM DE SEMANA: Governo Denarium chegou a negar pedido de exoneração de Cecília Lorenzon
Com a mudança, a secretária adjunta da Saúde, Adilma Rosa de Castro Lucena, foi promovida a titular – sendo a 11ª a ocupar o cargo desde o início do Governo Denarium -, enquanto o então secretário da pasta de tecnologia Paulo Cesar Martins Torres passa a ser o adjunto. Cecília continua como liquidante da Cerr (Companhia Energética de Roraima) e, pelas duas funções, recebe R$ 58.422 brutos
A exoneração de Cecília Lorenzon da Sesau ocorre após o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), ameaçar denunciar uma série de irregularidades ocorridas na pasta à Polícia Federal (PF), ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR), e até de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Saúde.
Sampaio usou a tribuna na quarta-feira (19) para acusar a secretária de estar mais preocupada com interesses financeiros do que com a qualidade dos serviços prestados à população. Além de acusá-la de cobrar propina, ele citou casos de médicos que não recebem salários há meses, dificuldades no atendimento de pacientes e terceirizações suspeitas.
O chefe do Legislativo ainda mencionou a precariedade nos atendimentos de alta complexidade, como cirurgias cardíacas, ortopedia e hemodiálise, e destacou que pacientes são prejudicados diariamente e que profissionais estão deixando o Estado por falta de pagamento e condições de trabalho. As falas foram endossadas por parlamentares, como Dr. Cláudio Cirurgião (União Brasil), que também tem endurecido a pressão sobre a má-gestão da pasta.
Cecília Lorenzon deixa o cargo após três anos de gestão marcada por inúmeras denúncias de corrupção e reclamações relativas, principalmente, ao atendimento nas unidades de saúde do Estado. A advogada chegou a ser alvo direto de operação da Polícia Federal (PF) em fevereiro de 2024, ocasião em que foi afastada pela Justiça por suspeita de participar de um esquema de fraudes em cirurgias ortopédicas na rede pública de saúde. Na ocasião, a PF havia pedido a prisão da titular da Sesau.
No mesmo mês, por outra autorização judicial, o governador de Roraima nomeou Cecília de volta ao comando da Sesau e também da Cerr. Sua gestão na companhia, que pode ser extinta até junho de 2025, também é alvo de questionamentos. Na semana passada, o presidente da ALE-RR denunciou um suposto pagamento irregular milionário da Cerr para uma empresa e pediu a saída da advogada do cargo de liquidante.
