“Não precisamos de educação.” A frase de uma das músicas mais famosas do Pink Floyd ganhou uma nova vida graças a um experimento pioneiro envolvendo a leitura de sinais cerebrais de ouvintes.
Utilizando a tecnologia de inteligência artificial para decifrar as atividades cerebrais em resposta à música, os cientistas conseguiram criar uma interpretação única desse clássico do Pink Floyd.
Como isso foi possível?
No âmbito de um estudo sobre tratamentos para a epilepsia, condição que pode levar a convulsões, alguns pacientes foram submetidos à implantação de uma rede de eletrodos em seus cérebros.
Esse procedimento proporcionou aos neurocientistas uma oportunidade sem precedentes de monitorar a atividade cerebral dos pacientes enquanto eles ouviam música, permitindo a confirmação de teorias antigas relacionadas às funções das diferentes áreas do cérebro.
Embora ambos os hemisférios cerebrais colaborem no processamento da música, descobriu-se que a linguagem é predominantemente processada no hemisfério esquerdo, enquanto a música apresenta uma distribuição mais equitativa, com um viés para o hemisfério direito.
A relevância dessas descobertas é notável, pois representa um passo importante na direção da criação de dispositivos que podem auxiliar pessoas com dificuldades na fala.
O entendimento aprofundado do processo cerebral envolvido na apreciação musical não apenas permite a reconstrução de palavras isoladas, mas também abre caminho para a reprodução do ritmo, entonação e emoção da fala.
Por que Pink Floyd?
A escolha desse clássico foi, em parte, influenciada pelo fato de que os pacientes mais idosos demonstraram apreciar essa canção em particular.
Além disso, sua combinação de 41 segundos de letras e 2 minutos e meio de instrumentais auxiliaram na distinção entre palavras e melodia.