A Cooperativa Agropecuária e Agroindustrial dos Piscicultores de Roraima (Coparr) atua há três anos no mercado estadual e conta atualmente com 53 cooperados, que atuam principalmente com piscicultura, mas também com pecuária de corte, avicultura, fruticultura e produção de grãos. O carro-chefe, no entanto, é a produção e exportação de tambaqui.
Presentes na 43ª Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr), o diretor-presidente da Coparr, José Carlos Markus, explicou como é feito todo o procedimento de cuidado com a qualidade dos produtos. José explica que para exportar o produto roraimense, o cooperado precisa fazer a higienização do tambaqui.
Quando o cooperado vende o peixe para cooperativa, ela fica responsável por recepcionar o animal, fazer a higienização, seleção, classificação e expedição através do Sistema de Inspeção Estadual (SIE), que é gerido pela Agência de Defesa Agropecuária (Aderr).
“Em Roraima hoje, infelizmente, somente a Coopar tem o SIE para fazer essa higienização. Só vai peixe que realmente tem qualidade e a gente se preocupa muito também com a cadeia do frio, por isso, utilizamos os caminhões adequados e a quantidade adequada de gelo, para atribuir qualidade ao produto”, pontuou.
No caso da exportação para Manaus, o diretor-presidente explica que segundo as regras da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (ADAF) , o peixe precisa ser higienizado em Roraima, encaminhado para outro frigorífico para ser higienizado novamente e ser atestado pela Adaf. “Isso tem um custo agregado. O peixe que não passa por esse processo não tem”, acrescenta.
A presença da Coparr na Expoferr 2024, na avaliação de José, teve benefícios por conta da sua visibilidade regional e nacional. Uma das novidades apresentadas pela cooperativa foi um alimentador de peixe computadorizado, que favorece o fornecimento de ração com controle digital e a possibilidade de estabelecer proximidade com representantes do Governo da Guiana.
“Fizemos alguns contatos e na próxima quarta (13) estarei em Georgetown, alinhando a primeira venda de tambaqui via Coparr. O sistema de comercialização da Guiana mudou, a gente não sabia e só soube a partir do momento que tivemos esse contato. A burocracia que existia, não existe mais, então vamos estar lá para começar a vender tambaqui. Atualmente, a informação que nós temos é que o peixe resfriado, fresco, pode ser comercializado com vísceras e para o Amazonas não pode”, informou.
Entenda as vantagens de participar de uma cooperativa em Roraima
Com relação aos cooperados, o diretor-presidente explica que existem 53 cooperados, mas outros 20 estão em fase de análise. A Coparr também iniciou o processo de agregar piscicultores do Amazonas para ampliar seu campo de atividade.
Uma das vantagens de ser cooperado, segundo o diretor-presidente, é justamente alguns benefícios de isenção, como do Programa de Incentivo Fiscal (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
“É zero. Cooperativa é imbatível porque os incentivos fiscais dão a esse tipo de empresa uma vantagem muito grande em relação aos outros. Contudo, a cooperativa não tem um dono. Hoje a Coopar tem 53 donos e as decisões são tomadas de forma coletiva”, informou.
Outro ponto de vantagem, segundo José, é a existência da Lei nº 215/1998, que dispõe sobre incentivo fiscal para os empreendimentos agropecuários e zera o ICMS.
“Aqueles cooperados que trabalham com pecuária e vão vender a carne no mercado, não incide o ICMS. Isso é um incentivo muito importante, que o atual Governo estendeu. E a Cooperativa faz uso de 100% dos incentivos fiscais da Suframa [Superintendência da Zona Franca de Manaus]. Além de desconto na conta de energia, o cooperado que trabalhar com piscicultura e irrigação, hoje ele paga R$0,08 centavos no quilowatts. Então, só não empreende com tecnologia quem não quer”, frisou.
Ele reforça ainda que a cooperativa compreende pequenos, médios e grandes produtores, sem distinção. Para os interessados em saber mais como se tornar um cooperado, José explica que basta procurar a matriz da Coparr localizada na Rua Gaúcho Dias, nº 78, bairro São Francisco ou nas redes sociais.
“Lá, será atendido pelo nosso pessoal operacional, qual a documentação necessária para ser cooperado e como funciona o sistema de cota-parte. Cada cota é R$1 mil e não tem mensalidade. Basicamente, pagou as duas primeiras cotas da cooperativa, já pode comprar, vender e ter acesso a todos os benefícios fiscais que o Governo do Estado e o Governo Federal atribuem ao cooperativismo”, explicou.
O diretor-presidente ressalta ainda a necessidade de participação dos produtores interessados que, unidos, fortalecem a atuação da cooperativa. No entanto, ele ressalta que as portas estão abertas para todos aqueles que quiserem participar, mas que estejam dentro da lei.
Neste caso, com o licenciamento ambiental em dia, outorga de água, registro de agricultor se for agricultor, entre outros documentos, além da ausência de prática criminosa, como exploração infantil e trabalho escravo. “Estar dentro da lei, está apto a participar dentro da Coparr”, complementou.