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Desconstrução por rede social é mais rápida, diz sociólogo

“No mundo virtual, a menos que você entre em páginas e acessos oficiais, corre o risco de consumir e compartilhar notícias falsas. Ao mesmo tempo em que se constrói, também se destrói muito rápido uma imagem”. A afirmação é do sociólogo e professor Paulo Racoski em relação à utilização das redes sociais como ferramenta de divulgação de políticos, durante e após a campanha eleitoral de 2018, em entrevista no programa “Quem é Quem”, da Rádio Folha FM 100.3.

Para Racoski, entre as redes sociais mais conhecidas, tais como Facebook, Instagram, Twitter e WhatsApp, este último tende a atingir uma esfera populacional maior que os demais devido à comunicação fácil e rápida. Inclusive, foi uma das mais utilizadas durante o processo eleitoral e ainda o é para a divulgação parlamentar. O problema desse uso é que o Whtas se tornou um “vício” para uso de notícias falsas.

“Infelizmente, grandes mídias nacionais e globais não fizeram checagem adequada de fonte e deram notícias falsas como verdadeiras. Independentemente da esfera administrativa, o gestor deve observar o que tem de substancial. E, geralmente, quem faz a divulgação são outras pessoas, para que o parlamentar não caia em descrédito”, comentou. Mas a ideia de utilizar as redes sociais para governar não começou no Brasil.

 Segundo o sociólogo, foi o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que começou esse processo que, inicialmente, poderia vir a ser uma vontade global. Entretanto, o próprio governo estadunidense perdeu o controle das redes. Após atacar a mídia aberta (rádio, televisão, impresso) como algo incompetente e sem credibilidade, Racoski explica que Trump recebeu de volta uma enxurrada de outras mídias globais. O resultado: não há controle.

 “Ele não consegue controlar todas de uma vez porque, diferentemente do Brasil, onde há cerca de cinco emissoras grandes de televisão, os EUA têm centenas. E vendo que não está dando certo, ele está criando inimigos externos para fazer uma cortina de fumaça e não mostrar a degeneração de seu governo”, complementou. Quem perde? A população. Atualmente, os EUA têm cerca de 130 milhões de pessoas pobres e 60 milhões vivendo com ajuda de bolsas.

De volta ao Brasil, o sociólogo pontuou que o governo tentou implementar esse processo de criar uma guerra virtual e fazer cortina de fumaça sobre várias situações, a fim de causar comoção entre os eleitores um fato político.

“A partir dos resultados, o governo decide tirar ou não os cabos da manipulação. Só que às vezes isso ocorre de forma tardia e trágica, como o que vem acontecendo em Roraima, no Brasil e nos EUA”, concluiu.