ESSEQUIBO

Entenda como é a fronteira do Brasil com a região da Guiana reivindicada pela Venezuela

A disputa por Essequibo ocorre há mais de um século

A área atualmente representa 70% do território guianense, com aproximadamente 159,5 mil km2. (Foto: reprodução)
A área atualmente representa 70% do território guianense, com aproximadamente 159,5 mil km2. (Foto: reprodução)

Diante da tensão entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo, é interessante entender como é formada a fronteira brasileira com os países. Principalmente, pela população roraimense que está no meio do conflito e próximo à área disputada.

Disputa por Essequibo

A disputa por Essequibo ocorre há mais de um século no qual, conforme pesquisadores, é uma questão continuada de outra. Segundo já explicado pelo professor Doutor em Relações Internacionais da UFRR, Reginaldo Gomes, a área não havia sido reclamada pela Venezuela até 1840, após três décadas da independência da Venezuela à Espanha e assinatura de diversos acordos.

Nesse período, de acordo com José Theodoro Mascarenhas Menck, em A Questão do Rio Pirara (1829-1904), Roberto Hermann Schomburgk realizou a demarcação das fronteiras da Guiana para o governo da Inglaterra. O governo venezuelano protestou e sugeriu uma ação conjunta para a demarcação da fronteira. Apesar da abertura para cooperação entre os governos, o caso não foi resolvido deste então (em litígio) e a região de Essequibo continuou com a Guiana.

A área atualmente representa 70% do território guianense, com aproximadamente 159,5 mil km2 (quilômetros quadrados). Além disso, tem sido reconhecida por abrigar elevadas reservas de petróleo, estimadas em 11 bilhões de barris, após descobertas da empresa americana ExxonMobil.

Onde Roraima entra nisso?

Toda a região de Essequibo faz fronteira com Roraima, especificamente com os municípios de Uiramutã, Normandia, Bonfim, Caracaraí e Caroebe. São cerca de 700 km, do Parque Nacional Monte Roraima até a fronteira nacional com o estado do Pará, onde moram aproximadamente 73 mil habitantes e quase metade de indígenas.

Em geral, esses municípios têm territórios grandes e núcleos urbanos pequenos, ou seja são povoados. As áreas urbanas mais próximas da região ficam em Bonfim – principal cruzamento por terra entre Brasil e Guiana, Normandia e Uiramutã.