A educadora física Nayara dos Santos Souza Barros, 34, responsável por apresentar o fisiculturismo à atleta Ariane Real da Silva, 31 – morta no grave acidente deste sábado (28), na avenida Ville Roy, em Boa Vista -, disse só querer lembrar das “coisas boas” da amiga.
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“Eu vou guardar só coisas boas na minha cabeça, que ela era uma menina muito perfeita. Estou muito travada, em estado de choque”, diz, ao revelar que não deve ir ao velório da fisiculturista. Nayara diz sentir ainda que a morte da amiga não aconteceu.
“Tive que dormir. Deu uma dor de cabeça e acordei. E pensei que era mentira. Acordei agora, deu aquela angústia no coração, era uma menina muito boa, não xingava, ela era quietinha, respondia todo mundo, era educada demais, na dela, só respondia quando necessário”, lembrou.
O encontro com o fisiculturismo
Nayara lembrou ter conhecido Ariane na academia e que o abdômen da amiga, definido naturalmente, chamou sua atenção, a ponto de incentivá-la a competir em eventos de fisiculturismo. “Ela se achava muito feia magra. Mas falei: mulher, só sobe lá [no palco] que eu te ajudo, faz essa pose. Eu treinava as poses dela. E ela por conta própria só ia”, rememora.
A aposta deu certo e, logo em seu primeiro evento, o Miss Bikini 2016, Ariane conquistou o título overall, que abrange todas as categorias da competição. “Ganhava todos, porque não tinha corpo mais perfeito que o dela”, diz Nayara, que há mais de três anos, perdeu o contato com Ariane após ela se mudar para Manaus.
Em abril de 2024, após sete anos longe dos palcos, Ariane voltaria a competir. E a oportunidade seria no Roraima Classic, no qual era considerada favorita ao título. “Fico triste, porque ela iria ganhar. Já tava treinando, ela tinha muito sonho, era muito trabalhadora, esforçada”, diz a amiga.