Em entrevista exclusiva à FolhaBV, o fisioterapeuta Ídio Garcia Barbosa Júnior, de 50 anos, relatou os momentos de terror que passou no último dia 20 de agosto, quando foi sequestrado e torturado por três homens.
Ídio ressaltou que não conhece os sequestradores e que não sabe o que motivou as agressões sofridas, mas que acredita que foi confundido com outra pessoa.
“No sábado, dia 19, às 6h30 da manhã, ele bateu na minha porta, e tocou a campainha, como já estava acordado, fui atender a porta e ele me perguntou se ali morava uma pessoa chamada Will, e eu disse não, nisso ele ficou na frente da casa, depois ele saiu, voltou juntamente com os outros dois, bateu de novo e disse que havia ido lá porque alguém teria clonado o telefone dele, e que o sinal estaria ali. Mas depois ele mudou o assunto disse que tinha alguém lá comigo, começou a falar que a partir do momento em que ele chegou na frente da casa a esposa dele tinha parado de falar ao telefone com ele e que ele tinha certeza que ela estava lá dentro. Então chamei a polícia e um amigo, eles foram embora, e aí os policiais me orientaram a fazer um boletim de ocorrência que foi o que me salvou de certa forma”, contou.
Ídio conta que conseguiu anotar a placa do carro, modelo Oroch, de cor prata, e registrou o boletim de ocorrência online. “Fiz o b.o e fiquei tranquilo, porque não imaginei que eles retornariam”.
No entanto, por volta das 6h de domingo, 20, o trio invadiu a casa de Ídio e o sequestraram. Veja vídeo abaixo:
“Eles arrombaram a porta, e como foi tudo muito rápido, eu não tinha como sair pelos fundos da casa. Quando eu o vi já estava dentro da casa. Ele na minha opinião, me tirou da casa com o objetivo de me fazer confessar que eu era a pessoa que tinha um caso com a esposa dele e ele insistiu muito nisso, e fui muito agredido, muito machucado. A todo momento me ameaçava com facas, machados. Fui vendado e levado para um lugar onde fui torturado”, lembra.
Segundo Ídio, naquele momento ele tinha certeza de que morreria. “Eu já não tinha esperança de sair vivo, então decidi que ia morrer falando a verdade, então continuei dizendo pra eles que não conhecia a tal mulher e que não era quem eles procuravam. Mas as agressões não cessavam”, conta.
Após a série de tortura, os sequestradores decidiram levar Ídio para outro lugar. “Eles diziam que nesse local seria onde tudo terminaria, onde eu seria morto. Mas graças a Deus, a polícia já estava em campo procurando pelo carro, já que no boletim de ocorrência eu havia repassado a placa, e fui localizado”, relembra.
Pego por engano
Ídio que além de fisioterapeuta, é funcionário público, professor universitário e treinador de basquete, diz que acredita que tenha sido pego pelos sequestradores no lugar de outra pessoa.
“Eu sou bastante conhecido na cidade, nunca pratiquei nada de ilícito, nunca desrespeitei qualquer mulher, nem mesmo me envolvi com mulher casada. Sei que foram levantadas várias hipóteses em torno do ocorrido, mas quero deixar claro que nunca tinha visto estas pessoas e que não sei quem são”, enfatizou.
Prisão preventiva
Os acusados I.R.F, de 38 anos, W.J.S.F, de 44, e J.R.B.C, de 27, tiveram a prisão preventiva decretada. Segundo o advogado da vítima, Frederico Feliciano, os três decidiram se calar durante o depoimento.
Ainda de acordo com o advogado, os envolvidos foram presos em flagrante e responderão pelo crime de sequestro e cárcere privado (art. 148 do Código Penal) e pelo crime de tortura tendo como resultado lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (art. 1°, parágrafo 3°, da Lei n. ° 9.455/97).