A gestante Luciana Rodrigues Cabral, de 39 anos procurou a FolhaBV na tarde deste sábado (21), para denunciar dificuldades em seu atendimento na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. Segundo relato de uma familiar, Luciana, que está grávida de 38 semanas e cinco dias, chegou à unidade de saúde na sexta-feira, por volta das 17h, após ser transferida de Mucajaí, e desde então vem sofrendo com fortes contrações, sem que sua situação seja tratada como prioridade pela equipe médica.
De acordo com o relato, logo após sua chegada, Luciana foi medicada, mas as dores e as contrações persistiram. O familiar afirma que durante a madrugada, por volta das 12h, um médico constatou que o bebê apresentava taquicardia mas que Luciana não foi informada dessa condição até o dia seguinte.
Na manhã deste sábado, uma médica comunicou à família que colocaria Luciana na lista para a realização de uma cesárea, mas que, naquele momento, ela não era uma prioridade, pois o bebê apresentava batimentos cardíacos normais, de acordo com o exame portátil.
No entanto, ao realizar um exame mais detalhado na tarde do mesmo dia, foi novamente detectada taquicardia no bebê, mas, segundo outro médico, isso não foi considerado suficiente para classificar o caso como emergência.
“Eles estão esperando o que? A criança falecer? Vir a óbito dentro da barriga da minha irmã? Meu Deus do Céu! Já deu aqui que a criança está com os batimentos alterados”, disse a irmã de Luciana.
O familiar denuncia que Luciana continua sofrendo dores intensas e contrações, e teme que o atraso no atendimento possa colocar em risco tanto a vida dela quanto a do bebê. Apesar de insistir por uma cesárea, a equipe médica mantém a posição de aguardar o parto normal.
O que diz a Sesau?
A Secretaria de Saúde informou que a mencionada paciente foi internada na madrugada deste sábado, dia 21, no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, e está recebendo toda a assistência necessária da equipe multiprofissional da unidade.
A pasta disse que ela está no Bloco das Orquídeas, na Ala de Pré-Parto, onde as pacientes são avaliadas periodicamente pelo obstetra, em conformidade com as diretrizes de atenção à gestante estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a Sesau, no momento, não há indicação para realização de cesárea. Visando manter o bom acompanhamento do caso, eles afirmaram que alguns exames serão refeitos e posteriormente será realizada uma nova avaliação do quadro clínico tanto da paciente quanto do bebê. Havendo mudança no quadro atual e indicação de parto cesárea, a cirurgia será feita.
Rassaltaram que, independentemente das avaliações constantes, a paciente pode solicitar assistência da equipe do Serviço de Obstetrícia da Maternidade em qualquer ocasião, se estiver sentindo algum desconforto.