A Organização dos Estados Americanos (OEA) não reconheceu o resultado das eleições na Venezuela, conforme comunicado divulgado nesta terça-feira, 30. A entidade apontou indícios de que Nicolás Maduro, declarado vitorioso pelas autoridades eleitorais do país, distorceu o resultado do pleito.
O comunicado da OEA destaca que o atraso na divulgação dos resultados, culminando em uma declaração sem informações detalhadas das mesas de votação, contribuiu para as suspeitas.
“Mais de seis horas após o encerramento da votação, o CNE fez um anúncio […] declarando vencedor o candidato oficial, sem fornecer detalhes das tabelas processadas, sem publicar a ata e fornecendo apenas as porcentagem agregadas de votos que as principais forças políticas teriam recebido”
A entidade, somando-se às críticas da comunidade internacional sobre a autenticidade do resultado, ressaltou a necessidade de verificar a aceitação das atas por parte da oposição e a consequente aceitação da derrota eleitoral de Maduro. “Seria risível e patético se não fosse trágico”, criticou a OEA.
Para a organização, Maduro teria atuado para “distorcer completamente” a votação, assegurando um terceiro mandato como presidente. “Ao longo de todo este processo eleitoral assistimos à aplicação, por parte do regime venezuelano, do seu esquema repressivo complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, colocando esse resultado à disposição das mais aberrantes manipulações”, denuncia o órgão.
A incerteza sobre a legitimidade do resultado também influenciou a postura do governo brasileiro. O presidente Lula (PT), um histórico apoiador de Maduro, ainda não se pronunciou sobre o resultado. O Itamaraty, embora tenha declarado o caráter “pacífico” do pleito, cobrou a divulgação dos dados das mesas de votação.
Enquanto isso, Maduro mantém a legitimidade do pleito, afirmando que as críticas, tanto internas quanto externas, são infundadas. Ele denunciou uma tentativa de golpe da oposição e, em resposta a críticas externas, o governo venezuelano decidiu expulsar embaixadores de países sul-americanos, incluindo Argentina e Chile.