Quando pensamos em ceia de Natal, é comum visualizarmos uma mesa repleta, com destaque para um suculento prato de peru no centro. No entanto, já parou para se questionar como essa tradição se estabeleceu ao longo dos séculos?
O peru nem sempre ocupou o posto de protagonista nas ceias natalinas. Na Europa medieval, por exemplo, a cabeça de javali curada era o prato principal, servida com uma maçã na boca. A transição para o peru ocorreu quando um proprietário de terras inglês, no início do século 16, trouxe seis perus da região do México, onde o animal havia sido domesticado mil anos antes. Essas aves exóticas logo conquistaram a nobreza, incluindo o Rei Henrique VIII, que passou a incluí-las em suas ceias.
A popularidade do peru cresceu significativamente nos anos 1920 e 1930, tornando-se acessível para ocasiões especiais em lares nos Estados Unidos, Europa e em diversas partes do mundo. No Brasil, a tradição de consumir peru no Natal parece ter sido influenciada pela cultura norte-americana.
Servir peru na ceia de Natal é simbólico, representando fartura e agradecimento. A carne abundante é capaz de alimentar toda a família, simbolizando as conquistas e a riqueza conquistadas ao longo do ano. Nos Estados Unidos, o peru também marca presença no Dia de Ação de Graças, celebrado em novembro, reforçando o aspecto de gratidão pela família e pelos momentos positivos vividos.
Chester, tender e outras opções
No Brasil, a presença do peru nas ceias de Natal não é uma regra. Muitas famílias optam por outras carnes, como Chester ou tender. O Chester, marca registrada de um frango modificado para ter maior quantidade de peito e coxas, surgiu como alternativa competitiva ao peru, mantendo a tradição de uma ceia farta.
Já o tender, um pernil de porco defumado e processado, assemelhando-se ao presunto, é uma opção com tradição semelhante ao peru. Originalmente chamado de “presunto de Natal” em outros países, ganhou o nome “tender” devido à expressão “tender made” presente na embalagem original, que significa “feito com carinho” em inglês.
Para os mais ousados na escolha de carnes, frango e até mesmo galeto são bem-vindos à mesa festiva. Aqueles que buscam uma alternativa mais leve podem optar por receitas vegetarianas ou veganas, como o rocambole de lentilha ou o seitan, uma opção à base de glúten.