Considerando a proximidade do processo eleitoral, a Rádio Folha entrevista os pré-candidatos à Prefeitura de Boa Vista. Neste domingo, 28, o programa Agenda da Semana conversou com o administrador público, Luciano Castro (Partido Liberal), ex-deputado federal.
Na ocasião, Luciano discutiu os pontos já definidos da sua pré-candidatura, como o plano de gestão, as coligações entre partidos, o que considera os principais problemas da Capital e o combate à corrupção.
Coligações
Nós estamos conversando ainda com alguns partidos para fechar esse entendimento. Arco de aliança só se concretiza efetivamente nas convenções, então, é prematuro dizer quantos partidos estão fechados conosco. Mas esperamos que vamos ter pelo menos quatro partidos aliados.
Critério ideológico
Não há. Existe aquilo que nós pretendemos fazer para a Prefeitura de Boa Vista. Vamos ajustar essa conduta nessa aliança, no programa de governo que estamos montando. Isso é mais importante que doutrina partidária agora.
Efetivação da candidatura
À nível nacional, isso está consolidado. Eu sou o pré-candidato do PL Nacional à Prefeitura de Boa Vista. Eles tem interesse em eleger três prefeitos de Capital e nós estamos incluídos nesse projeto.
Partidos aliados
Nós estamos conversando com alguns partidos, mas já seria imprudente meu dizer quem são, até por que isso só se consolida com as convenções. E nós nem sabemos a data certa ainda das eleições.
Adiamento das eleições
Nós estamos vivendo toda essa pandemia, essa comoção mundial sobre o covid-19, que levou muitas pessoas. Isso criou um desequilíbrio e uma ansiedade na população. Então, talvez não seja prudente realizar as eleições em outubro. Manter o projeto aprovado no Senado, para o dia 15 de janeiro. Não defendo a prorrogação do mandato. As pessoas quando foram votar escolheram prefeitos para cumprir quatro anos de mandato e não seis.
Nova realidade
O modus operandi de redes sociais, ou seja, a campanha virtual ela sempre foi feita. Só que desta vez ela vai ganhar uma dimensão maior. Ela vai acontecer da mesma forma, mas com maior intensidade.
Covid-19
Naturalmente, que teria feito uma ação de combate identificando os portadores da saúde. Muito teste para monitorar os infectados e criar bloqueios para evitar a expansão da doença, além de iniciar o tratamento intensivo dessas pessoas. Porém, por ser um fato novo, é muito fácil dizer o que a gente teria feito. Foi um fato novo para o mundo inteiro.
Sistema de saúde
Quando veio a pandemia, realmente a gente sentiu a necessidade de aparelhar e dar condição de modernidade de atendimento. Precisamos ter olhos voltados para isso. Que a pandemia sirva de lição para a reestruturação do sistema de saúde. Eu defendo a tese de criação de um pronto-socorro municipal, inclusive na área periférica da cidade.
Problemas principais da Capital
Segundo pesquisa que mandei fazer, a principal preocupação da população é com a saúde pública. Ela se confunde na cabeça do eleitor com o serviço ofertado pelo Estado. No município é o primeiro atendimento, recepciona o doente, tem programas de prevenção e vacinação. Quando eventualmente se precisa de tratamento mais complexo, é do Estado. Acho que será sempre a prioridade maior, a reestruturação; aumentar o número de unidades de atendimento, maior número de profissionais e maior qualidade de atendimento. Não basta só construir prédios, mas é preciso ter profissionais capacitados. É um conjunto de providências muito urgente.
Melhoria da economia
A economia de Boa Vista está em frangalhos. No Brasil interior temos vivenciado o fechamento do comércio, o desemprego em massa. A Capital tem muitos pequenos empresários que não tem muita estrutura financeira para sustentar essa longa parada. Mas acho que a economia se revigora automaticamente por que o consumo volta a aparecer. Queira ou não, os empresários começaram a se adequar no sistema delivery. A ação agora é de suporte de agentes financeiros, com oferta de créditos para reestruturação das empresas, por meio de parcerias.
Prioridades
A reestruturação do sistema de saúde é a prioridade número 1º e para isso vamos ter que reestruturar com parcerias com o Ministério da Saúde e ampliar as unidades, com aumento da área de cobertura; continuar a expansão da infraestrutura de Boa Vista; saneamento; drenagem; educação; aumento do número de escolas; manutenção de programas sociais, também voltado aos atendimentos aos idosos, gestantes e crianças. Obras só poderão ser feitas com anuência da Prefeitura e se precisar fazer alguma, tem que deixar o asfalto do mesmo jeito que estava antes.
Denarium e Bolsonaro
Bolsonaro foi meu colega na Câmara dos Deputados e sentávamos na mesma bancada. Tivemos uma convivência boa, tranquila, mas Bolsonaro sempre foi assim. É o estilo dele. Ele não é um aristocrata, mas tem a sua determinação e a vontade de acabar a corrupção no país. Isso é uma atribuição importante. Com o governador Denarium, conheço, mas não fui aliado na sua eleição. Entendo que o Governo enfrenta um momento extremamente difícil. Sempre dizia que faltava dinheiro e faltava gestão. Acho que o momento se inverteu. Dinheiro tem, a gestão é que desapareceu, se é que existiu. Espero que o Governo se recupere.
Corrupção
A corrupção se combate com uma gestão de transparência. Se você tem indicados seus que se envolvam com corrupção tem que ser afastados. Ao assumir uma gestão pública, não se controla tudo. Mas é preciso ser vigilante para que não se cometa atos de corrupção.
Ponto crítico
Acho que o problema mais delicado ainda é a saúde. Na pandemia ficou mais evidente que a saúde precise de reestruturação e melhorar as suas condições.
Qual o maior desafio?
O novo prefeito ou nova prefeita tem três principais desafios. O primeiro é a questão da pandemia. A covid-19 não acaba agora. Assim como o H1N1. É um desafio que precisa ser enfrentado e que vai precisar de muita capacidade de negociação em Brasília. A questão da migração é outro desafio. No dia que abrir a fronteira um novo fluxo migratório vai chegar pára Boa Vista, de forma acentuada. O terceiro grande problema é a questão financeira. O Brasil acabou se envolvendo na questão do combate à pandemia e o socorro aos trabalhadores, estabelecendo uma série de programas emergenciais. Isso gera um deficit fiscal nas contas do Governo. Ano que vem o Governo Federal vai ter que tomar medidas urgentes de contenção de gastos e isso vai impactar os programas de apoio aos estados e municípios.