No último dia 30, um novo foco da mosca da carambola, um inseto macho, foi detectado no município de Alto Alegre, a 90 quilômetros da capital, na região Centro-Oeste do Estado, ao aparecer em uma das armadilhas da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr) e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Foi a primeira vez que o município registrou uma incidência desse tipo.
O diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Luiz Cláudio Estrella, explicou que já houve casos nos municípios de Amajari, em Pacaraima e Uiramutã, e que a localização do novo foco em Alto Alegre preocupa. As primeiras medidas já foram tomadas. “Ações de contenção com a barreira fitossanitária foram intensificadas e mais de 300 armadilhas foram instaladas para prevenir e tornar mais eficiente a coleta dessa espécie, como pulverizadores e lançamentos de blocos embebidos em inseticida com feromônio sexual”, disse.
Estrella explicou que uma das primeiras medidas após a detecção foi estabelecer um perímetro dentro da sede do município, retirar todos os frutos da carambola e de outras frutas hospedeiras, coletar e colocar em sacos plásticos e vedar. Dessa maneira, caso existam exemplares de larvas nesses frutos, eles vão perecer se guardados em sacos plásticos ou enterrados. Outra medida foi acionar a equipe de educação sanitária para mostrar à população o risco que se corre com a presença da praga.
O diretor relatou que este é um problema que o Estado vive há anos. De origem da Malásia, a mosca da carambola chegou a Roraima por meio das Guianas e tem o agravante de não possuir inimigos naturais. “A reprodução é alta e pode causar prejuízos enormes, por isso é a praga quarentenária mais preocupante do Brasil, principalmente nas áreas de produção, pelo impacto econômico e social”, justificou.
Na avaliação de Estrella, o foco que apareceu em Alto Alegre, contraditório a tudo que estuda, provavelmente é originária de Pacaraima, região Norte do Estado, e foi levada a Alto Alegre por meio das pessoas que levam produtos oriundos da Venezuela.
Amanhã, 6, uma reunião no Ministério da Agricultura será realizada para analisar o foco detectado e avaliar os resultado dos armadilhas que foram implantadas. Na reunião, o diretor informou ainda que será discutido o possível fechamento da área. “Alto Alegre é um grande produtor de tomates e pimentas, então é preocupante ter focos na região. Amanhã teremos mais respostas”, declarou.