CUIDADOS COM OS PETS

Sintomas de depressão e ansiedade nos pets é principalmente por apego demais aos donos, explica veterinário

Ansiedade por separação é a principal causa de angústia nos pets (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Ansiedade por separação é a principal causa de angústia nos pets (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A maioria dos bichos de estimação servem de apoio emocional para os donos, ter um companheiro fiel nos momentos de angústia é algo primordial. E quando são os bichinhos que sofrem com esses transtornos? O que devemos fazer? O médico veterinário Ismael Braz explica quais as principais causas e como os donos podem ajudar os pets a saírem de quadros depressivos.

O afastamento dos donos de seus animais de estimação, principalmente cães, após o período da pandemia é a principal causa para que esses sintomas de angústia apareça nos pets. A quebra da convivência constante faz com que o animal se sinta abandonado e sozinho.

“Não existe um diagnóstico certo de depressão em animais, mas os sintomas são parecidos com a depressão humana. Quando um cachorro, por exemplo, perde o contato com o seu dono por um determinado período de tempo, se ele era acostumado com muita atenção ele vai adquirir uma ansiedade por separação”, afirma Ismael.

Situações de estresse podem acarretar a doenças nos bichinhos

Segundo o veterinário especialista em comportamento animal, Ismael Braz, as situações constantes de estresse podem antecipar doenças nos cães que só poderiam adquirir na velhice, por exemplo. Mantê-lo sempre preso, não levar para brincar ou está sempre sucetível a barulhos altos que incomodem a audição apurada do bichinho são exemplos de estresses que poem diminuir a imunidade dos cães.

“O animal que vive crônicamente estressado, ele tem um pico do cortisol que é um hormônio que baixa a imunidade. O que acaba acarretando em doenças”, explica Ismael.

Ismael é médico veterinário especialista em comportamento animal (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Falta de outros bichinhos acarretam a sensação de solidão

O jovem Enrique Vericimo, de 21 anos, é dono de porquinhos da índia desde 2018. Ele adotou o Mike inicialmente, pois se apaixonou pelo pet. De início, o bichinho teve dificuldades para se adaptar na casa, só depois de o estudante pesquisar sobre o comportamento da espécie que ele conseguiu melhorar a adptação do animal na casa.

“No início temos que passar pela fase de adaptação, fazendo ele se familiarizar tanto com o ambiente, quanto com a nossa própria companhia, fazendo ele entender que ele faz parte da família. Com o tempo ele foi se familiarizando e se sentindo mais a vontade”, explica Enrique.

O porquinho da índia Mike foi adotado em 2018 pela família (Foto: Arquivo Pessoal)

Depois de alguns meses, Mike apresentou outro comportamento. Se isolava muito dentro da casinha, não comia direito e não corria pela casa quando estava fora da gaiola. O que intesificou a preocupação do dono foi quando o porquinho da índia de pelos longos parou de comer por dias.

“Inicialmente eu tentava fazê-lo brincar, ou tentava animar através de passeios ou brinquedos, porém sem muito sucesso. Após eu pesquisar alguns sintomas, descobri que porquinhos da índia são animais que precisam sempre estar em conjunto uns com os outros”, relata o dono de Mike.

Quando descobriu o motivo do desanimo do bichinho, Henrique decidiu adotar um parceiro para ele, o Murphy. E só ai o porquinho da índia voltou a ter os comportamentos habituais.

“Com o tempo pude perceber que eles tiveram uma relação de parceria, um sempre estava na presença do outro. Durante a noite eles dormiam juntos, no mesmo local. A presença de um parceiro fez com que ambos ficassem mais animados, e não se sentissem tão sozinhos”, finaliza o dono dos bichinhos.

Mike e Murphy são inseparáveis (Foto: Arquivo Pessoal)