Justiça de Roraima

Suely Campos é condenada por improbidade administrativa em atrasos de ICMS

Valores do imposto são referentes aos anos de 2016, 2017 e 2018, que deveriam ser repassados pela ex-governadora à Prefeitura de Boa Vista.

Suely Campos em quanto no cargo de governadora de Roraima
A defesa da ex-governadora de Roraima afirmou que não há indício nas provas que possa condenar. (Foto: reprodução)

A ex-governadora de Roraima, Suely Campos, foi condenada pela Justiça de Roraima por improbidade administrativa. A condenação, divulgada nesta segunda-feira (12), se deu pelo atraso de repasses nos valores referentes às receitas de ICMS devidos à prefeitura de Boa Vista. 

Os atrasos nos repasses ocorreram nos anos de 2016, 2017 e 2018, de acordo com ação civil pública do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR). Para o juiz Guilherme Versiani Fonseca, da 1ª Vara da Fazenda Pública, não houve dúvida sobre os atrasos nesses repasses para os municípios, principalmente da capital.

“Como bem salientado pelo Parquet, a ausência de repasses de verbas constitucionais são causa inclusive de intervenção federal, o que acabou acontecendo no Estado de Roraima. A meu ver, restou violado o princípio da legalidade”, argumentou o juiz durante a sentença proferida no último dia 30 de maio.

De acordo com a sentença, a ex-governadora terá de pagar multa e está proibida de contratar com o poder público ou receber benefícios, incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócia majoritária. O prazo é de quatro anos. 

Defesa de Suely

A reportagem da FolhaBV entrou em contato com a defesa de Suely Campos, que informou que está em desacordo com as provas juntadas, uma vez que não há indício que possa a condenar. “Portanto, a defesa acredita na reforma da sentença após a apresentação da medida judicial cabível, por ser a medida mais justa”, afirmou.

Outros casos

No dia 29 de maio, a Polícia Civil de Roraima denunciou Suely por suposto crime de peculato, após encerrar o inquérito policial no qual ela é acusada de desviar mais de R$ 8 milhões. O montante se refere às oito parcelas descontadas em folha de pagamento e não repassadas à Caixa Econômica Federal, decorrentes de empréstimos consignados contraídos por servidores estaduais, entre maio e dezembro de 2018.

Em 29 de março, a ex-Governadora também foi condenada por improbidade administrativa. Neste caso, ela e a filha, Danielle Silva Ribeiro Campos Araújo, foram condenadas por nomearem o ex-governador, Neudo Campos,  para o exercício de cargo público como Consultor Especial da Governadoria, mesmo ele tendo diversas condenações criminais e cíveis por improbidade, fato que o impediu de ser candidato, estando em prisão domiciliar.