TSE julga cassação do governador de Roraima nesta terça-feira (13)

Entenda o passo a passo do julgamento em que Antonio Denarium e Edilson Damião podem perder o mandato e o que pode acontecer depois

O governador Antonio Denarium  (Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados)
O governador Antonio Denarium (Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai julgar nesta terça-feira (13), a partir das 19h (de Brasília), um dos recursos contra a cassação do governador Antonio Denarium (Progressistas) e do vice-governador Edilson Damião (Republicanos) por cinco crimes eleitorais em 2022.

A ministra Isabel Gallotti é a relatora do recurso ordinário, em que Denarium alega, por exemplo, a ausência, na decisão de cassação proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR), dos votos de dois juízes eleitorais contrários a essa pena. A chapa ainda nega irregularidades no último pleito.

O recurso é o sétimo item da pauta do julgamento. A magistrada começará a ler o relatório sobre a cassação. Depois, as defesas de acusação e dos denunciados irão apresentar seus argumentos. Em seguida, a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitirá o parecer sobre o caso.

Por fim, Isabel Galotti profere o voto, sucedida pelos seguintes ministros Raul Araújo, Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto, André Ramos, Kássio Nunes Marques, André Mendonça e a presidente Cármen Lúcia – responsável por proclamar o resultado da votação. O julgamento pode terminar na mesma noite. Caso haja pedido de vistas (mais tempo para análise), ele será suspenso e continuado outro dia.

As acusações

A chapa eleita com 163.167 votos em 2022 é acusada pela Coligação Roraima Muito Melhor, da ex-prefeita Teresa Surita (MDB), rival dos governantes, dos seguintes crimes:

PGR defende a cassação

O vice-procurador-geral eleitoral Alexandre Espinosa Bravo Barbosa pediu que o TSE rejeite os recursos ao reconhecer a legalidade da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR) que determinou: a cassação de Denarium e Damião; a inelegibilidade apenas do governador até 2030; e a realização de novas eleições em Roraima.

Em caso de cassação

Um especialista em Direito Eleitoral ouvido pela Folha acredita que, caso a cassação seja confirmada e a gravidade das acusações seja considerada, o governador e o vice-governador de Roraima serão obrigados a deixar o cargo imediatamente.

Neste cenário, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado estadual Soldado Sampaio (Republicanos), ex-aliado dos governistas, assumiria o Estado de Roraima, cujos eleitores teriam que retornar às urnas para eleger um novo governador.

Enquanto isso, Antonio Denarium e Edilson Damião poderiam apresentar embargos de declaração ao próprio TSE para questionar a validade da decisão colegiada, assim como recurso extraordinário ao STF (Supremo Tribunal Federal). Os recursos não teriam efeito suspensivo, ou seja, eles recorreriam fora do cargo.