A comissão executiva nacional do União Brasil aprovou nesta sexta-feira (16), por unanimidade, o pedido de intervenção por 180 dias no diretório municipal de Boa Vista, presidido por Nicoletti. Os dirigentes reconheceram que o deputado federal violou regras internas da sigla relacionadas à candidatura a prefeito da capital de Roraima.
A direção nomeou a comissão interventora formada pela deputada estadual Catarina Guerra – que briga com Nicoletti para ser a única candidata a prefeita pelo partido -, pelo deputado federal Pastor Diniz e pelos deputados estaduais Dr. Cláudio Cirurgião e Jorge Everton, além do filiado Mizael Mário Bros.
“O próprio União Brasil já comunicou o TRE-RR [Tribunal Regional Eleitoral] e o TRE já suspendeu todos os efeitos determinados por aquele diretório, já o inabilitou e, nas próximas horas, habilitará o diretório com essa nova comissão interventora. E a gente segue todos os passos, se mantendo na transparência, na legalidade, como candidata, fazendo o que o partido determinou”, explicou Catarina.
O senador Efraim Filho (PB) foi o relator do pedido de intervenção assinado por Catarina, Cirurgião, Diniz e Everton. Votaram a favor da solicitação nomes como os senadores Davi Alcolumbre (AP) e Sérgio Moro (PR) e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. A reunião foi comandada pelo presidente nacional da sigla, Antônio de Rueda.
No pedido, o grupo aponta descumprimentos de regras da direção nacional, como:
- Resolução interna que exige que, em capitais, as candidaturas devem ter viabilidade mínima, condicionadas à aprovação da direção nacional da sigla;
- Decisão nacional que reconheceu que Catarina Guerra cumpre esse requisito e se opôs ao nome de Nicoletti.
Os políticos também alegam que Catarina Guerra sempre manteve seu nome à disposição do partido, mas que sofreu resistência por parte de Nicoletti. Eles argumentam que a convenção municipal que aprovou o nome do deputado federal por 11 votos a seis violou as diretrizes nacionais da legenda.
Ainda conforme o documento, uma nova convenção para definir a candidatura do União Brasil, sem uma intervenção nacional, seria insuficiente para resolver a questão enquanto o deputado federal comandar o diretório municipal. Na opinião dos políticos, Nicoletti “tem colocado seus interesses pessoais à frente dos interesses do partido”. Eles enfatizam que uma possível intervenção não prejudicaria eventual processo disciplinar contra o parlamentar.
O que diz Nicoletti
Nicoletti enviou um vídeo à Folha, no qual diz que a intervenção é um “ato sorrateiro” articulado pelo senador Dr. Hiran (Progressistas), sem nominá-lo, e afirmou que a decisão nacional não anula sua candidatura a prefeito. “Uma intervenção temporária, dentro do diretório municipal apenas, onde a minha candidatura permanece. Não é essa interferência da executiva nacional que vai retirar minha candidatura”, disse.