A embaixadora da Venezuela no Brasil, Maria Teresa Belandria, nomeada pelo autodeclarado presidente venezuelano Juan Guiadó (reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil), defende que a única solução política para a crise no país vizinho é uma nova eleição.
“Nosso objetivo é: uma eleição presidencial e parlamentar livre, com observação internacional, para mudar a situação política; a liberação dos presos políticos e a restituição do sistema de Direito, um sistema justo. […] Temos que achar uma data para uma eleição presidencial, a única forma de mudar a situação política é marcar uma eleição presidencial”, disse.
Belandria lembrou que as negociações no México para uma solução política na Venezuela, entre a oposição e os apoiadores do ditador venezuelano Nicolás Maduro, estão paralisadas desde a prisão do diplomata governista Alex Saab – preso em Cabo Verde acusado de lavagem de dinheiro e corrupção, e extraditado para os Estados Unidos. “A expectativa é que aconteça uma nova reunião no final de novembro. É uma expectativa, mas ainda não está confirmada”, disse.
Belandria disse que a Venezuela já começou a mudar, desde que o país passou a ser atendido pelo Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) e receber as vacinas do consórcio Covax, criado para que países pobres e em desenvolvimento recebam doses dos imunizantes. A embaixadora disse que o país tem em torno de 15% da população vacinada, índice “muito baixo”, segundo ela.
Maria Teresa Belandria comentou ainda a repercussão da denúncia contra Maduro por crimes contra a humanidade, que tramita no Tribunal Penal Internacional (TPI). “A situação tá mudando. Os outros países não querem relação com ditador acusado de crimes contra a humanidade”, pontuou.
Por fim, a embaixadora disse que os migrantes venezuelanos, sobretudo, os que vivem no Brasil, “têm que conservar a esperança” na mudança da Venezuela, Ela ainda agradeceu ao povo roraimense pelo acolhimento do povo do país vizinho e acredita que a crise acabar “rapidamente”.
“Vai ser um processo lento. […] Mas a recuperação econômica da Venezuela, acho que vai ser rápida, porque temos tudo. Temos recursos naturais. Temos que recuperar muita coisa, como a infraestrutura de rodovias e o sistema elétrico”, declarou.