Com a recomendação de isolamento social indicada pelos órgãos de saúde com o intuito de minimizar a transmissão do novo coronavírus, milhares de pessoas ficaram impossibilitadas de manterem suas rotinas e também tiveram que prolongar ou refazer os seus planejamentos acadêmicos, como, por exemplo, iniciar uma graduação ou começar aquela pós-graduação que estava sendo adiada há tempos. Em decorrência de ficar mais tempo em casa, muita gente está buscando alternativas, como cursos por educação a distância, tanto para se distrair de forma produtiva, como para ampliar os seus currículos profissionais e, assim, sair da crise mais preparados para o mercado de trabalho.
Seja para descobrir novas habilidades, conhecer novos segmentos ou se aprofundar na área com a qual já trabalha, a procura por educação a distância durante a quarentena cresceu em 70%, de acordo com pesquisa realizada pela Catho. Já nas primeiras semanas de isolamento a procura somou 44%. A Catho também registrou um aumento de 68% em matrículas de cursos EAD e semipresenciais em sua plataforma entre 21 de março e 6 de abril. Ainda segundo o levantamento realizado pela plataforma de emprego, estão entre as áreas mais procuradas: Logística, Biomedicina, Ciências Contábeis, Administração e Gestão de RH.
Há diversos fatores que influenciam e justificam esse crescimento, como o acréscimo de tempo livre, a ociosidade, o medo da demissão e a qualificação como forma de evitar isso, a grande quantidade de cursos gratuitos sendo divulgados, entre outros. Para Fernando Gaiofatto, gerente da Catho Educação, o momento é compreendido como ideal pelos profissionais para testar outras formas de executar tarefas – inclusive, estudar e adquirir novos conhecimentos. “Além do baixo custo em comparação com os modelos tradicionais de ensino, os cursos EAD têm sua metodologia de enfoque maior na prática profissional, ideal para uma aprendizagem à distância. No atual cenário, o ensino pode ser encarado também como oportunidade não só de qualificação, mas também de adaptação às circunstâncias”, afirma.
A boa notícia para os profissionais é que o mercado de trabalho já se apresenta mais aberto e flexível em relação aos cursos por ensino a distância, se comparado a anos anteriores, ressalta uma outra pesquisa feita pela Catho Educação. “A pesquisa reforça que a grande dificuldade dos recrutadores está em encontrar profissionais qualificados para preencher as vagas. Segundo 81,5% desses entrevistadores, esse é o ponto de avaliação imprescindível para contratação”, explica Gaiofatto. Ainda de acordo com os dados apurados, o formato de capacitação – seja EAD ou presencial – do trabalhador não é mais um fator crucial na hora de contratar para 79% dos recrutadores.