Atualmente, Roraima depende quase que exclusivamente de usinas termoelétricas a diesel para gerar energia, mais cara e mais poluente. Mas a geração, transmissão e distribuição de fontes alternativas pretendem modificar esse cenário. É o que mostra o documentário “Energia que Renova Roraima”, com estreia nesta segunda-feira (13), às 13h30, e reprises às 19h, 20h e 23h20, na TV Assembleia (canal 57.3), emissora coordenada pela Superintendência de Comunicação da Casa Legislativa, e na plataforma YouTube (@assembleiarr).
Investimentos em energias renováveis passam pela articulação de agentes políticos e econômicos. O documentário dá voz aos atores que pautam, legislam, executam e discutem o desenvolvimento energético roraimense.
Uma dessas articulações foi a aprovação pela Assembleia Legislativa da Lei nº 1.458/21, que concedeu incentivo tributário às indústrias, cuja atividade principal são fabricação de óleos vegetais e biocombustíveis, a fim de reduzir em até 85% o valor cobrado do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Ou seja, assegura às empresas o desenvolvimento de seus negócios e o uso de novas fontes de energia.
Para o presidente da Assembleia Legislativa, Soldado Sampaio (PCdoB), essa lei, assim como a que deu incentivos fiscais aos empresários e consumidores de energia solar, busca baratear e promover o consumo energético sustentável.
“Com a lei aprovada que incentiva a redução do ICMS, além das linhas de crédito nos bancos públicos e privados, o roraimense tem redução no gasto com uma energia mais limpa, renovável e mais barata”, disse.
O documentário, que nasceu a partir de uma série de reportagens exibidas no Jornal Assembleia Informa – programa exibido de segunda a sexta-feira, às 18h –, traça um panorama do sistema energético renovável, ou de energias menos danosas ao meio ambiente, em quatro atos: biocombustível extraído da palmeira do dendê, energia solar, gás natural e a atuação dos Poderes Legislativo e Executivo e do Fórum de Energias Renováveis de Roraima, como explica o responsável pelo filme, Johann Barbosa.
“Fizemos um apanhado mostrando várias formas de produção de energia elétrica, o potencial energético do Estado e o papel da Assembleia no incentivo, aprovação e acompanhamento desse setor, que é um dos principais pontos para o desenvolvimento de Roraima, pois ter uma energia segura é fundamental para isso”, comentou.
Biocombustível
O telespectador viaja até o Sul do Estado para conhecer experiências que pretendem revolucionar a distribuição na região. Nos municípios de São João da Baliza e Rorainópolis, a paisagem do lavrado mistura-se ao verde das palmeiras de dendê, onde fábricas extraem um dos óleos vegetais mais utilizados na produção de biodiesel.
Atualmente, exportado para fora do Estado, em breve com a construção de duas termoelétricas à base de biomassa, a produção do óleo será utilizada exclusivamente para suprir a demanda energética dos municípios de São Luiz, São João da Baliza e Rorainópolis.
Energia Solar
As altas temperaturas em Roraima são propícias para uma das energias mais limpas: a solar. Com o custo dos equipamentos se tornando cada vez mais acessível por meio de incentivos fiscais e financiamentos para empresas e consumidores, manutenção anual e durabilidade estimada em 25 anos, o uso das placas solares têm atraído cada vez mais pessoas.
Uma delas, o psicólogo Wagner Costa, não se arrepende de ter colocado os painéis em sua residência e garante que o investimento reflete no ar e no bolso, uma vez que o excedente energético do local é vendido para a concessionária de energia.
“É benefício para mim, para o concessionário e o meio ambiente, pois se está diminuindo a emissão de C02 [gás carbônico]”, comemorou o psicólogo.
Gás natural
Da casa solar, o telespectador é transportado para uma obra de dimensões faraônicas nos arredores de Boa Vista. Orçada em quase R$ 2 bilhões, a inauguração da usina termoelétrica movida a gás natural, Jaguatirica II, promete diversificar a matriz energética e econômica do Estado, suprindo cerca de 70% da demanda, além de ser menos danosa ao meio ambiente e à saúde da população em relação às termoelétricas a diesel.
“Investimento como esse de Jaguatirica traz independência energética ao nosso povo, consequentemente, mais indústrias, emprego e renda”, afirmou Soldado Sampaio (PCdoB) em visita à termoelétrica.
As consequências de Roraima ser o único Estado não conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e o impasse político e geográfico que trava a integração via Linhão de Tucuruí, num momento de franca expansão do setor, também são abordados no documentário.
“Em breve, vamos produzir energia suficiente para Roraima e para exportar. Então, se faz necessária essa luta pela interligação ao sistema nacional. Essa é uma bandeira do Poder Legislativo”, defendeu Sampaio.