Estudantes se desafiam e trabalham em equipe na Olimpíada Brasileira de Robótica

A OBR buscar incentivar jovens a desenvolverem competências em ciência, tecnologia, engenharia e matemática

A competição conta com a participação de 19 equipes (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
A competição conta com a participação de 19 equipes (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Estímulo ao raciocínio lógico, trabalho em equipe, solução de problemas, inovação e diversão. Assim tem sido a Etapa Estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) 2024, que acontece neste sábado (13), até às 18h. Esta edição conta com a participação de 89 estudantes distribuídos em 19 equipes.

A OBR é uma iniciativa que busca incentivar jovens a desenvolverem competências em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). A competição ocorre na quadra de esportes da Escola Sesi (Serviço Social da Indústria) Roraima e é aberta ao público.

Daniel Dutra participou da competição (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O estudante Daniel Dutra, de 11 anos, faz parte da equipe Apolo, do Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI), e este é o primeiro ano em que participa de uma olimpíada. Segundo ele, tem sido uma experiência interessante e planeja competir nas próximas edições.

“Eu sempre brincava de lego ou carrinho e ficava triste, porque não tinha ninguém para brincar comigo. A minha mãe me colocou no curso de robótica do CCTI e eu gostei. Passei de nível até chegar aqui e competi junto com a minha dupla”, disse.

Ele e a Maria Luiza Holanda, de 11 anos, participaram com o robô Apolo 11. A dupla contou à Folha que também vai competir no Torneio de Robótica First Lego League (FLL), que acontecerá em Manaus (AM), em novembro.

“A gente entrou na equipe no ano passado e só participávamos das competições internas do CCTI. Agora, começamos a nos empenhar mais e tivemos um resultado bom na olimpíada”, afirmou Maria Luiza.

Auridéia Dutra incentiva o filho Daniel no mundo da robótica desde cedo (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A mãe de Daniel, Auridéia Dutra, afirmou que começou a estimular o filho desde bebê, com a montagem de blocos. Quando surgiu a oportunidade, matriculou o filho no curso de robótica, onde desenvolveu tanto o raciocínio, quanto o comportamento.

“Eles trabalham com muita matemática, se ajudam entre si e desenvolvem habilidades que a gente nem sabia. O robô do meu filho chegou a dar alguns problemas antes da competição e ele ficou muito preocupado, mas trocou algumas peças e conseguiu resolver. Então, estimula muito o psicológico deles também, para aprenderem a resolver problemas. Independente da posição em que ele ficar na competição, é vitória e aprendizado. Agora é uma brincadeira, mas pode ser a profissão dele no futuro”, comentou.

Enquanto Daniel e Maria Luiza são estreantes na olimpíada, este já é o quarto ano em que Vinicius Rafael, de 15 anos, participa da competição. Ele faz parte da equipe Macunaima, do Sesi Roraima. Conforme o adolescente, o torneio pode proporcionar experiências únicas, que apenas seriam possíveis em campeonatos como esse.

Robô de Vinicius em uma das etapas (Vídeo: Camilla Salustiano/FolhaBV)

“No meu cotidiano, a robótica me ajuda a pensar melhor e a resolver problemas. Auxilia a focar mais nas aulas e ver coisas que outras pessoas não veem. Aprendi muito sobre lógica de programação e computação também”, pontuou.

Sobre a competição

O coordenador estadual da OBR, Roberto Câmara, explicou que a olimpíada consiste em várias etapas que acontecem em sala de aula, outras online e a presencial. A partir da última, serão classificadas as equipes que vão representar Roraima na etapa nacional, em São Paulo (SP), no mês de novembro. A equipe vencedora irá competir na Olimpíada Mundial de Robótica.

Coordenador estadual da OBR, Roberto Câmara (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

“As equipes concorrem em três níveis, que consistem em diferentes desafios, como fazer uma curva ou passar pelo quebra-molas, que serão enfrentados pelos robôs. No final, a gente soma as pontuações e anuncia as equipes vencedoras. Só vai para a nacional as equipes que saíram em 1º lugar em cada nível”, esclareceu.

Dennis Padilha, coordenador das equipes de robótica do Sesi Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Para Dennis Padilha, coordenador das equipes de robótica do Sesi Roraima, a OBR é uma competição que simula o cenário de desastres naturais, os quais os robôs devem enfrentar obstáculos para realizar o resgate de vítimas. Ele enfatizou que o torneio é aberto a todas as instituições do estado, porém poucas se interessam em participar.

“Seria interessante reforçar a importância do evento para que mais instituições participem. Infelizmente, apenas o Sesi Roraima e o CCTI estão participando hoje, mas é uma competição aberta a todos. Quanto mais escolas participam, mais divertido e prazeroso é para os alunos. Eles vivenciam o mundo da robótica e têm acesso a muito aprendizado”, complementou.