O vazamento de dados de mais de 220 milhões de brasileiros, entre mortos e vivos, chocou parte da comunidade digital no país. Isso porque a base de dados à disposição de hackers e mesmo empresas do mercado financeiro é enorme. São dados como CPF, salários, rendimentos, conta bancária, bens, crédito na praça, entre outras informações sigilosas.
Já há registros de que esses dados estão sendo utilizados por criminosos para as mais diversas ações. Abertura de conta em bancos, crediários em lojas, compras variadas e golpes financeiros. Enquanto isso, as autoridades parecem estar de mãos atadas. Uma vez que os dados já foram vazados, não tem volta: tudo está público e pode ser acessado por qualquer um.
Com isso, muitas pessoas têm buscado recursos para se proteger dos vazamentos e manter seus smartphones seguros. Para atender a essa demanda, algumas companhias buscam criar softwares, programas e planos de atendimento que possam suprir a necessidade de segurança. Já há empresas, inclusive, oferecendo seguros para celular com garantias em casos de roubo, queda e líquidos.
Suporte e cobertura em caso de ataques de hackers
Em tese, as seguradoras de celular são especialistas em alguns tipos de suporte ao cliente, como em casos de roubo, furto ou quedas. As especificações de cobertura variam de acordo com a empresa, mas a instituição de um seguro contra vazamento de dados é uma novidade nesse mercado.
Segundo o jornal O Globo, a partir de março de 2021, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) deve liberar as seguradoras para que ofereçam aos consumidores combos ou pacotes de serviços com a combinação de vários tipos de cobertura em uma mesma apólice.
Em entrevista ao jornal fluminense, o diretor técnico da Susep, Rafael Scherre, afirma que a burocracia é um entrave para a inovação do setor e que, consequentemente, torna o produto mais caro e pouco acessível à população. “O objetivo da desregulamentação do setor é diversificar os produtos oferecidos, reduzir preços ao consumidor final e ampliar a cobertura do seguro no país. Os produtos poderão ser estruturados de forma flexível, sem análise prévia ou aprovação das condições contratuais”, menciona.
Seguros para celular contra vazamento de dados
A ideia de um seguro de celular que inclui uma proteção contra vazamento de dados já foi tema de discussão em diversos sites do setor de tecnologia. O portal Consumidor Moderno citou a disputa para que esse serviço seja viabilizado de forma mais barata e igualitária no Brasil. Esse tipo de seguro, aliás, já é comum em alguns países da Europa – hoje submetido à GDPR.
De acordo com o relatório Cybersecurity: Fighting Invisible Threats, do banco suíço Julius Baer, todos os dias ocorrem 8 trilhões de ataques cibernéticos em todo o mundo, o equivalente a 90 mil por segundo. Em 2021, essas investidas devem custar US$ 6 trilhões à economia de todo o planeta – US$ 7 milhões no Brasil.
Segundo o Global Risk Report 2021, produzido pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Zurich Insurance Group, as universidades de Oxford e de Singapura e a consultoria de riscos e corretora Marsh & MacLennan, os ataques cibernéticos estão entre os 5 principais riscos que podem ocorrer no curto prazo (2 anos) e atingir os dados de pessoas físicas, como o ocorrido no Brasil.