Por ir contra o regime de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, a advogada e ativista Rocío San Miguel, de 57 anos, foi presa no Aeroporto Simón Bolívar, em Maiquetía, antes de sair do país. Rocío é mais uma opositora a ser detida.
De acordo com o pronunciamento do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, na última segunda-feira (12), Rocío foi presa no dia 09 por “traição à pátria, terrorismo e conspiração”. “Em virtude de um mandado de prisão contra ela por suspeita de estar ligada a uma trama de conspiração e tentativa de magnicídio cujo objetivo era atentar contra a vida do chefe de Estado, Nicolás Maduro, e de outros funcionários do alto escalão”, disse Saab.
Desde que foi presa, advogados da também especialista em questões militares denunciaram que Rocío está “há mais de 100 horas incomunicável” e que cinco familiares, incluindo filha e o ex-marido, também estão em um “um padrão claro de desaparecimento forçado”.
Poucas semanas antes da prisão de Rocío San Miguel, o procurador-geral do país anunciou a detenção de 32 pessoas por estarem supostamente envolvidas em cinco planos para assassinar o presidente Maduro. San Miguel recebia medidas de proteção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por causa de “constantes” ataques recebidos, segundo a Provea.
Movimentação de ONGs
Com a prisão da advogada, ONGs, políticos e partidos venezuelanos reagiram à perseguição. A também adversária política de Maduro, Maria Corina Machado, que teve a candidatura vetada das eleições, compartilhou uma publicação do Comitê de Direitos Humanos do Vente Venezuela, seu partido político, e disse que alertou o mundo que os “ataques repressivos do regime de Maduro” continuam. “Pedimos solidariedade nacional e internacional a ela e a todos os presos e perseguidos políticos na Venezuela”, escreveu.
Nas redes sociais, internautas estão compartilhando a hashtag #DondeEstáRocío para chamar atenção ao caso.