Migração, ditadura e petróleo: relembre o que Trump falou sobre a Venezuela

Estudo revelou que a Venezuela foi o País latino-americano mais citado nas eleições americanas, superando o México

Migração, ditadura e petróleo: relembre o que Trump falou sobre a Venezuela

Donald Trump foi declarado o novo presidente dos Estados Unidos na manhã desta quarta-feira (6), em projeção da agência Associated Press. Durante a corrida eleitoral, o ex-presidente citou a Venezuela ao tratar principalmente da migração para seu País.

Na terça-feira (29), embora sem apresentar pesquisas, Trump declarou em um comício que 72% da criminalidade na Venezuela caiu, porque os migrantes decidiram ir para os Estados Unidos e acusou a adversária Kamala Harris de “importá-los”. “São assassinos, drogados, membros de facções, terroristas”, dissera.

No debate presidencial de 10 de outubro, o empresário bilionário acusou a atual vice-presidente americana de querer transformar os Estados Unidos na Venezuela. É o mesmo discurso usado em 2022 por seu aliado brasileiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao acusar o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de fazer o mesmo com o Brasil.

No dia 10 de junho de 2023, em uma convenção de seu partido, enquanto ainda era pré-candidato à presidência, o republicano disse que, caso tivesse vencido o democrata Joe Biden em 2020, teria “tomado” a Venezuela e “pegado todo o petróleo”. Na mesma ocasião, atacou a compra de petróleo pelo seu País, ao dizer que os Estados Unidos estavam “enriquecendo um ditador”, em referência a Nicolás Maduro. “E o petróleo deles é um lixo, é horrível, o pior que podemos pegar”.

Um estudo da agência Imagem Corporativa em parceria com a Universidade da Geórgia, acessado no Brasil pelo jornal O Globo, revelou que a Venezuela foi o País latino-americano mais citado nas eleições americanas, superando o México, principal alvo de críticas de Trump em 2016.

Pesquisa do Pew Research Center também mostrou que, das 1,5 milhão de apreensões de pessoas que cruzaram a fronteira americana de forma irregular, cerca de 250 mil eram de venezuelanos – a segunda maior nacionalidade, atrás apenas dos mexicanos (617 mil).