Trump diz que Maduro aceitará deportados venezuelanos

A negociação foi conduzida por Richard Grenell, enviado de Trump para a Venezuela

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, encontra o enviado especial dos EUA Richard Grenell — Foto: Presidência da Venezuela
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, encontra o enviado especial dos EUA Richard Grenell — Foto: Presidência da Venezuela

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o governo de Nicolás Maduro aceitou receber de volta dezenas de milhares de venezuelanos deportados dos EUA. A decisão ainda não havia sido confirmada publicamente pelo líder venezuelano. O acordo elimina um dos principais entraves à política migratória defendida por Trump, que busca ampliar as deportações em massa.

A negociação foi conduzida por Richard Grenell, enviado de Trump para a Venezuela, que esteve em Caracas na sexta-feira (31/1). Durante a visita, ele conseguiu a libertação de seis cidadãos norte-americanos que estavam presos no país e retornou com eles na mesma noite.

Em publicação no Truth Social – rede social da Trump Media, o presidente estadunidense declarou que “a Venezuela concordou em receber de volta todos os imigrantes ilegais venezuelanos que estavam acampados nos EUA, incluindo membros da gangue Tren de Aragua”. Trump também afirmou que Caracas aceitou viabilizar o transporte para as deportações.

A facção criminosa mencionada por Trump tem ampliado sua presença nos EUA, onde o fluxo de imigrantes venezuelanos aumentou nos últimos anos. “Estamos no processo de expulsar um número recorde de estrangeiros ilegais de todos os países, e todas essas nações aceitaram o retorno de seus cidadãos”, acrescentou o republicano.

O acordo ajudará Trump a cumprir uma promessa de campanha de deportar milhões de imigrantes que vivem nos EUA sem autorização Aceitar deportados é uma grande mudança na posição de Maduro, que há muito se recusa a permitir aviões de deportação dos EUA. Mais de 600 mil venezuelanos migraram para o país nos últimos anos e receberam status de proteção especial que permitia a eles viver e trabalhar temporariamente.

No início da semana passada, o governo Trump revogou esse status especial, deixando os imigrantes venezuelanos vulneráveis à deportação.

Relação com os EUA

Segundo Grenell, não houve concessões financeiras ou diplomáticas a Maduro. “A única recompensa foi minha presença física, o primeiro enviado de alto escalão dos EUA a visitar o país em anos”, disse.”Foi um grande presente para ele ter uma visita de um enviado do presidente Trump.”

A visita de Grenell ajuda Maduro a reivindicar legitimidade da eleição que afirma ter vencido em julho. EUA e outros observadores internacionais dizem que ele claramente perdeu para a oposição. A maioria dos governos da região não o reconhece.

Maduro ainda enfrenta indiciamentos federais dos EUA por acusações de tráfico de drogas e corrupção. 

*Com informações do Estadão Conteúdo