Venezuela tem 11 mortos e 429 presos após atos de protesto contra resultado das eleições

Os dados foram atualizados nesta quarta-feira (31) pela ONG venezuelana Foro Penal

Venezuelanos têm ido às ruas para protestar desde o dia em que aconteceu a eleição (Foto: Reuters/Samir Aponte)
Venezuelanos têm ido às ruas para protestar desde o dia em que aconteceu a eleição (Foto: Reuters/Samir Aponte)

Desde a reeleição de Nicolás Maduro ao cargo de presidente da Venezuela, ocorrida nesse domingo (29), já foram contabilizadas 11 mortes em manifestações e 429 prisões, segundo o balanço realizado pela ONG Foro Penal. O relatório foi atualizado na manhã desta quarta-feira (31).

Em entrevista a portais venezuelanos, o diretor da ONG, Alfredo Romero, informou que, do número total de mortes, cinco foram em Caracas, duas no estado de Zulia, duas em Yaracuy, uma em Aragua e outra em Táchira.

Conforme Isabel Carlota Roby, advogada na América Latina para a ONG Robert F. Kennedy Human Rights, parceira da Foro Penal, os números reais superam o que já foi registrado e podem ultrapassar 500 presos políticos.

“A tendência é aumentar ainda mais, acreditamos que o número real ultrapasse 500 pessoas detidas. Também tem surgido relatos alarmantes sobre desaparecimentos e estamos colaborando com outras organizações para verificar essas alegações. Estamos falando de detenções arbitrárias, ameaças e perseguição a qualque pessoa que seja um opositor político”, explicou Isabel à FolhaBV.

A advogada afirmou que, desde 2014, cerca de 15,8 mil pessoas foram submetidas a prisões por motivos políticos na Venezuela. O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou que há 749 pessoas detidas após o que chamou de atos de violência. Segundo Isabel, é perigoso rotular os manifestantes como “terroristas”, pois desconsidera os direitos humanos.

“Não é normal o que está acontecendo na Venezuela. As pessoas têm o direito de protestar, ainda mais quando sentem que tiveram seus direitos roubados nessa eleição. Há ameaças explícitas às ONGs, incitando o medo de represálias. É uma situação crítica, um contexto de grave violação aos direitos humanos

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