Falando de Negócios

Ignorar é a melhor vingança

Os conflitos éticos das 48 leis do poder. Ignorar é a melhor vingança

Ignorar é a melhor vingança

OS CONFLITOS ÉTICOS DAS 48 LEIS DO PODER

IGNORAR É A MELHOR VINGANÇA

Manter a calma nos dias de hoje é um dos grandes desafios da humanidade. A passionalidade aliada à irracionalidade tem roubado a cena e gera episódios nada interessantes. Provocações são aceitas, discussões viraram regra, o diálogo deixou de ser a solução e a sociedade passou a respeitar percepções equivocadas oriundas de um mundo digital, ou melhor de uma bolha onde ninguém olha no olho do outro. Está na hora do ser humano se reinventar e sair de bolhas criadas por ele mesmo e que têm os tornado reféns de suas criações ao brincar de ser Deus.

A lei de nosso artigo da semana nos traz várias reflexões, algumas delas merecem destaque especial, por exemplo, a de que toda vez que focamos nossos olhares e tomamos nossas decisões apenas pelo lado da observação do PROBLEMA estamos potencializando algo que não deveríamos. Toda vez que você dá importância a coisas pequenas que não combinam com seu nível de pensamento, você estará jogando fora grandes oportunidades de utilizar seu valioso TEMPO no PENSAR ESTRATÉGICO e deixar a execução para quem deve fazê-la.

O que mais vemos hoje são as inversões de prioridade, as confusões entre o que deve ser feito de forma urgente e o que pode esperar. Essa confusão acaba tirando o foco das pessoas, levando-as a se preocupar com o que não deveriam. Deixam de pensar para carregar piano. Deixam de pensar no macro para se contentar com o micro. Deixam de ver o atacado para se preocupar com o varejo. Em síntese, estamos perdendo grandes talentos em um mercado carente de pessoas que pensam, pois a falta de percepção de resultado é absurda e leva os profissionais mais estrategistas a agirem no chão de fábrica, ou seja, deixam de pensar para ir para a execução. Isso é desperdício total.

Tudo isso leva a criação de ambientes organizacionais doentios, desmotivantes e que amplificam a zona de conforto, pois as pessoas passam a deixar seus planos maiores para se contentar a pequenez de alguns líderes que jogam seu tempo valioso com futilidades e esquecem que seu custo hora é muito maior do que eles imaginam.  

Veja o que diz a lei 36, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:

Lei 36: Ignorar é a melhor vingança: Reconhecer a existência de pequenos problemas, confere importância a eles. Quando você reconhece um inimigo, o torna mais forte. Similarmente, quanto mais você percebe um erro, pior ele fica. Quanto menos interesse você revelar, mais forte e poderoso parecerá.

Essa lei destaca a importância de não dar atenção aos pequenos problemas, aos inimigos e ao que não deve ganhar relevância. A relevância ao problema é dada por nós e acaba se tornando uma grande armadilha na hora da tomada de decisão. Na prática podemos exemplificar as provocações de concorrentes que querem pegar carona em marcas mais fortes para aumentar seu poder de permanência no mercado. No dia a dia aceitar a provocação de um inimigo é entrar numa briga que não terá vencedores, pois o pequeno cresce e o grande diminui.

É importante estar sempre atento a tudo o que acontece nos cenários e às vezes, ter o silêncio como grande resposta, pois o silêncio deixa as pessoas sem rumo, sem saber o que você está pensando, e por fim, você cria um ambiente dúbio e temeroso para o outro. Aqui reafirmo que a educação e a humildade são chaves que abrem qualquer porta, portanto o mal-educado e o provocador quando não respondido, caem no esquecimento e às vezes até no ridículo.

Ao ignorar as provocações e não reagir de forma impulsiva, você retira o poder das pessoas que tentam te provocar ou te prejudicar. Essa lei busca a habilidade para minimizar conflitos, pois ao ignorar pequenos problemas você evita conflitos desnecessários. Ao não se deixar provocar, você não dá ao outro motivo para continuar com hostilidades.

Outro ponto interessante é a importância do controle emocional. Ao manter a calma diante de provocações ou insultos é uma demonstração de controle emocional e maturidade. Isso pode desarmar o agressor, pois não obtém a reação que esperava e, portanto, não dará o próximo passo.

Quando ignoramos problemas ou provocações estamos preservando nossa energia. Quem gasta energia em brigas insignificantes está perdendo tempo e recursos. Ao ignorar esses problemas, você economiza sua energia para focar em questões mais importantes, nas questões estratégicas.

Ao ignorar, você pode demonstrar desinteresse ou desprezo, o que, por sua vez, pode ser uma forma sutil de retaliação. Mostrar que você não se importa pode ser mais poderoso do que qualquer reação agressiva e passional.

Ao agir como se os problemas ou inimigos não tivessem importância, você projeta uma imagem de força e confiança. Isso pode desencorajar futuros ataques, já que seus oponentes podem perceber que não conseguem abalar você.

A decisão de ignorar deve ser estratégica e consciente, não uma reação impulsiva. É importante discernir entre problemas triviais que não merecem atenção e questões que exigem uma resposta rápida, mas pensada.

Não se envolvendo em conflitos triviais, você pode concentrar sua atenção em metas e objetivos de maior importância, ajudando a alcançar o sucesso a longo prazo, isso nada mais é do que avaliação de prioridades.

Temos que observar também questões éticas dessa abordagem. Ao ignorar problemas de forma deliberada você ser visto como alguém desonesto. Em muitos contextos éticos, espera-se que as pessoas abordem os problemas de frente, em vez de ignorá-los, especialmente se esses problemas afetam outras pessoas, mas essa é uma situação bem diferente na construção dos projetos de sucesso ou poder. Pode também ser interpretado como uma fuga à responsabilidade pessoal. Em situações em que alguém cometeu um erro, é ético assumir a responsabilidade por suas ações, tentar corrigir o erro e aprender com ele, em vez de simplesmente ignorá-lo.

Ignorar conflitos ou problemas em relações interpessoais pode levar a ressentimentos e falta de resolução. Relacionamentos saudáveis geralmente são construídos na comunicação aberta e na resolução de conflitos, o que requer enfrentar os problemas, em vez de ignorá-los.

No ambiente de trabalho, ignorar erros ou problemas pode levar a decisões antiéticas, especialmente se esses problemas envolverem questões de segurança, integridade ou ética profissional. Ignorar tais problemas pode resultar em consequências graves.

No campo social não podemos ignorar alguns problemas, como injustiças ou desigualdades, pois podem ser interpretadas como uma falta de responsabilidade social e sensibilidade. Em muitos contextos éticos, espera-se que as pessoas ajam para combater injustiças e trabalhem para criar um mundo mais justo para todos.

E para fecharmos o nosso artigo é importante destacar que essa estratégia pode não ser adequada em todas as situações e que problemas de ordem ética também pode se fazer presente. Em casos de injustiças graves ou ameaças sérias, pode ser necessário agir de forma assertiva. A chave está em entender o contexto e escolher a melhor abordagem para cada situação específica.

O silêncio às vezes é a melhor resposta e, contar até 10 evita muito problema: Dar importância a pequenos problemas, confere importância a eles. Quando você se debruça sobre o problema sem ter foco na solução, você o tornará maior e mais forte do que realmente ele é. Da mesma forma que, quanto mais você focar no erro, pior ele ficará. Quanto menos interesse você revelar, mais forte e poderoso parecerá. Com relação as provocações, saiba que ignorá-las é uma forte arma que deve ter como base a razão e a manutenção do controle das ações em suas mãos.

Weber Negreiros

CEO da WN Treinamento, Consultoria e Planejamento

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