Saúde e Bem-estar

‘Câncer de colo do útero é mais comum em mulheres indígenas’

Em Roraima, o índice de mulheres indígenas com câncer de colo de útero chega a 60%, segundo médico

‘Câncer de colo do útero é mais comum em mulheres indígenas’ diz o médico oncologista Alex Jardim. O tipo de câncer atinge os órgãos reprodutores femininos – o colo uterino ou cérvix – localizados na parte inferior do útero, próximo ao canal vaginal. O médico é pesquisador da Universidade Federal de Roraima.

Segundo o médico, o câncer é o que mais mata mulheres na região norte e no estado de Roraima. “Não é uma doença genética, sua ocorrência quase 100% das vezes é devido a transmissão do HPV ( Papilomavírus humano) adquirida por meio do sexo sem camisinha”. São mais de 200 tipos diferentes de vírus do HPV e 13 deles apresentam maior risco de desenvolver o câncer do colo do útero.

Ele conta que em Roraima o índice de mulheres indígenas com câncer de colo de útero chega a 60%. “Esse índice nos levou a querer entender o porquê, se esse grupo de mulheres era mais suscetível ou se estávamos lidando com um outro tipo da doença. Durante a pesquisa, entramos em três comunidades indígenas de avião pequeno e coletamos mais de 700 amostras” explicou.

Segundo o médico, a pesquisa constatou que entre mulheres indígenas a doença é de origem asiática. “Segundo a pesquisa, a doença não veio por meio de colonização europeia, e sim asiática, então o HPV vem evoluindo em povos indígenas muito antes dos povos europeus chegarem aqui” disse.

São mais de 200 tipos diferentes de vírus do HPV e 13 deles apresentam maior risco de desenvolver o câncer do colo do útero (Foto: Divulgação)

Preservativo

Ele explica que o uso da camisinha nunca foi comprovado como método que evita a transmissão do HPV por completo, a vacina pode ser a forma mais eficaz. “O HPV é muito mais contagioso que outras doenças sexualmente transmissíveis, inclusive o HIV, então a melhor maneira de evitar a doença, é a vacina, que já disponível para meninos e meninas de 9 à 13 anos em postos de saúde” disse.

Tratamento

Quanto mais cedo for o diagnóstico da doença, maiores são as chances de cura. Os métodos mais comuns usados no tratamento são:

A vacina está disponível na rede pública para meninas de 9 a 13 anos (Foto: Divulgação)