Política

Deputado Brito Bezerra critica omissão do governo federal

Para o parlamentar, Roraima é um estado abandonado graças aos políticos eleitos pelo estado, mas que apoiam integralmente Michel Temer

A crise migratória que vem causando um grande problema social em Roraima, principalmente na capital Boa Vista e também na cidade fronteiriça de Pacaraima, com a chegada de milhares de venezuelanos, foi um dos temas do discurso do deputado estadual Brito Bezerra (Progressistas) na Assembleia Legislativa. O líder do Governo usou a tribuna para fazer duras críticas pela omissão do Governo Federal.

Brito reconhece que os venezuelanos estão fugindo de uma crise econômica no país vizinho, porém a população roraimense vem sofrendo com o descaso do Governo Federal que não realizou nenhuma medida que diminuísse os impactos do aumento populacional com a chegada dos migrantes refugiados.

Em sua análise, o parlamentar lamentou por Roraima ser um Estado abandonado pelo presidente Michel Temer (MDB). “Várias promessas que não foram cumpridas, apesar de já ter vindo ao Estado de Roraima por duas vezes”, comentou ao reforçar que a política é uma importante ferramenta democrática, porém a “politicagem” prejudica o Estado e a população roraimense é a mais afetada.

“Tínhamos esse sentimento de acolhimento dos irmãos venezuelanos, mas a promessa de pagar aluguel pela Prefeitura de Boa Vista e mais condições de trabalho levou a entrada de um grande número de venezuelanos para cá. Isso foi um ato de covardia e eleitoreiro feito pela Prefeitura de Boa Vista e pelo senador

Romero Jucá, que prometeram vida fácil aos venezuelanos”, criticou.

O líder do Governo ainda explicou que o poder público estadual está sobrecarregado em vários serviços, porém nas áreas da educação e saúde são as mais afetadas, causando problema nos serviços essenciais em Boa Vista. Ele exemplificou Pacaraima, que virou uma cidade de caos devido o grande número de venezuelanos e que isso pode acontecer na Capital, onde já se registra a invasão de imóveis por parte dos migrantes. 

Para Brito, apesar de a questão fronteiriça ser de competência do Governo Federal, não existe atitude para minimizar os impactos desta crise que afeta Roraima e toda sua população. “O Governo Federal não ajuda e nunca ajudou o Estado de Roraima, e não honra com seus compromissos. É uma covardia o que estão fazendo com os roraimenses, que pagam seus impostos”, citou ainda o fechamento da fronteira em outros países, como na Europa, no controle dos migrantes. 

DECRETO – Brito elogiou a atitude da governadora Suely Campos que assinou o decreto para limitar atendimento aos migrantes irregulares e fazer cumprir a legislação brasileira quanto à expulsão ou extradição de criminosos de origem venezuelana.

Quanto ao fechamento da fronteira, o Governo do Estado precisou acionar a justiça federal. “Teve amparo jurídico, mas a decisão foi derrubada e os venezuelanos voltam a entrar no nosso país. A governadora já recorreu da decisão e vamos lutar até o último momento pelo povo roraimense”, assegurou.

Energia e regularização fundiária estão travadas em Brasília, diz Brito

A questão energética e a regularização fundiária também foram temas do discurso do deputado Brito Bezerra, que da tribuna cobrou a formação de uma comissão especial para serem debatidos os temas, na busca de uma solução favorável ao Estado de Roraima, junto ao Governo Federal.

Brito justificou a necessidade da união dos parlamentares no enfrentamento e considera a casa omissa nessas questões essenciais para o desenvolvimento do Estado. “Devemos formar uma comissão especial, buscar condições para o estado se viabilizar”, e lembrou que já existiu uma força política de parlamentares estaduais que foram até Brasília.

“Michel Temer, à época vice-presidente, garantiu a vinda da energia. Ele disse ainda: ‘Eu, quando presidente da República, serei o advogado da causa’. Assumiu a presidência e nunca tivemos essa energia. O que temos é apagão”, disse ao lembrar que a energia de Guri.

Quanto ao problema energético do Sul do Estado, Brito afirmou que a região só não está 100% com consumo da energia produzida pela usina de Jatapu que foi completamente recuperada, porque um político de Roraima não permite a ligação. “Que representantes políticos são esses? Que não amam o seu povo e não trabalham para que aconteça o melhor? Porque só querem e imaginam que mais pessoas estejam empobrecidas, sem condições, sem direito a educação e sem direito a dignidade”, disse.

O parlamentar ainda citou que a compra de votos é um atentado a democracia e a toda sociedade roraimense. “Na época da eleição, compra-se o voto. Então pergunto: somos mercadoria para vender o voto? É assim, que vamos resolver o problema de Roraima? É o dinheiro da Petrobras que vem para cá no período da eleição e definir quem vai governar pelos próximos quatro anos ou a filha da terra que está trabalhando sobre a mira de uma mídia perversa diariamente, apontando ao nosso grupo politico”, disse Brito.

TERRAS – O líder do Governo, Brito Bezerra, ainda falou da dificuldade que o Governo de Roraima na regularização fundiária. “Sejamos verdadeiros e vamos nos aproximar do que está realmente acontecendo. Se as terras não estão 100% regularizadas não é culpa da governadora, porque a equipe está trabalhando. Todas as autorizações de ocupação que precisam da assinatura da governadora já estão nas mãos do produtor rural. Mas, aqueles que precisam do ‘assentimento’ do governo federal, está trabalhando contra em Brasília, pelo senador Romero Jucá, do mesmo grupo político da prefeita”, criticou.

REPOSIÇÃO FLORESTAL – Brito Bezerra também pediu aos colegas parlamentares apoio para a apreciação e aprovação do substitutivo do Projeto de Lei n° 17/2018, sobre a Reposição Florestal no Estado de Roraima. Ele já apresentou requerimento acompanhado por mais 14 parlamentares.

Brito justificou a necessidade da urgência da aprovação do projeto para destravar o setor madeireiro que está parado há meses no sul do Estado. “Gostaria de abdicar até da autoria do projeto e peço também ao deputado Jânio Xingu que abdique, para que o projeto seja da autoria dos 24 parlamentares, para que pudéssemos aprovar. Já nos reunimos com a indústria da madeira que gera 6 mil empregos diretos e 14 indiretos”, comentou reforçando a necessidade da urgência na votação da matéria.